Esta noite aconteceu uma cena campeã de super-realista. Eu vinha a pé da churrasqueira Dragoeiro, rosto para casa, quando o aviso de um gemido chamou a minha atenção, nas imediações do liceu da Achada Santo António, Pedro Gomes. Parei, rebusquei a área, nada. Nada vi. Mas, que tinha sentido um gemidinho não tinha dúvidas nenhumas. Como ando à noite de “rezólvi” (prevenido) para resolver casos inesperados, fiz outra curta paragem. Comentei comigo mesmo - kuza sta pa li - (há coisa por aqui), enquanto avançava devagarinho. Dito e feito. Havia um parzinho num lugarzinho meio escurinho e, logo, claro, não deu para virar a cara e nem para aproximar mais dos dois.
Qual não é o meu espanto, quando abro e arregalo os olhos, e vejo duas cabeças uma mais alta e outra cabeça mais baixa, falinhas surdas, gestos ardigados, roupa desbotoada e cabelo furfunhadu (despenteado), estranhei logo, tirei o “rezólvi” e mandei o fulano parar. Continuaram. Depois é que compreendi, que não se tratava de kassu-bódi (assalto). Era algo que tenho de fazer um exercício e um esforço de memória (sim porque é difícil arranjar palavras), mas lembrei-me, rapidamente do Zé Lôvi. O parzinho bódi-lôviava, cerca das 20:47, num canto dessa rua muito frequentada. Pois, na Praia, lôvia na sukureta, é normal…., é dimokransa. É ka odja-n N ka odja-l (não me viu, não o vi). (kb)
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