terça-feira, 4 de julho de 2017

Textos Exilados




POEMAS DA COLETÂNEA - TERRA DILECTA 
- CAMINHOS CANTANTES - 
NÃO PUBLICADOS


1
Julho de remotos Julhos.
Cíclicos Julhos de águas e de crises
Cinco jurados motivos penhorados
Como é bom crescer a revirar a vida
Como é bravo ver e ouvir o nordeste
A dobrar o látego na pátria tecida.
Dilecto Julho!
Soubesses a valia dos meus sentidos
Noutras covas chuvas tuas choviam.

2
Oh Amado Julho!
Nem sempre os teus recostos
Suavizaram-me a crença, a dor
E os desencantos da terra kretxeu.
Que dizes das minhas sonsices:
Doei às covas por abrir o suor
Domei a evasão e o desprimor
Opus o canto de anos de langor
Doei por ti mais de meia de mim.
Oh dilecto Julho!
Oh vindouro Julho!
Sim, o vindouro!
Que trará ele na petiza do olho?

3
No telhado dos meus muros de grito
Cantam Julhos de todos os gemidos
E bailam ventos de todos os sentidos
Julho! Pensado Julho! Julho sentido!
A hulha dos teus duros vividos dias
Traz-me longas saudades da mocidade
Faz-me caminhar para dentro da idade
E supor na boca o olor do clamor feliz.
Como é seguro o caminhar do Julho
Parece trazer nas ancas o feto do devir
Como amo a flor do tempo que há-de vir.
Como é futuro a rubra flor de Julho
Parece trazer ao colo o riso do porvir
Como amo o tempo que há-de florir.


sábado, 1 de julho de 2017

Poemas Marginais (Julho)



JULHO EM EMERGÊNCIA

Julho de madrugadas e gritos
Julho de antemanhãs de Julho
Julho pátria de todos os sonhos 
Julho berro de luta e liberdade
Julho estandarte de incitação
Hasteado nas praças da ilha 

Julho de idos e vindouros Julhos
Julho de antigos braços erguidos
Julho de cânticos corpo de bronze
Julho de céus e mares das ilhas
Julho voz plantada na memória
Resgatado de noites de vigília

Mesmo que as arbitrariedades
Os atropelos e as injustiças  
Enfermam a terra e os homens   
Mesmo que a bravura esmoreça
Mesmo que tudo desaconteça
Serás sempre o ardor da luta  

Oh! Insígnias de jurado Julho!
Oh! Julho meu! Oh! Julho nosso!
Ainda trazes ritmado nos passos
A trova e a pauta dum canto novo?
Ainda trazes no ventre a certeza
Que me orgulha chamar-te Pátria?


RAPIZIUS

                                                                                                         MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...