segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Bilhete Celebrativo 5

Ft. Kb. Celina Pereira no 5al. da Música


Quando em Fevereiro de 1979 fui transferido de São Vicente para a Praia, mandava nas noites culturais da capital o quintal do Djonsa Suaris na Fazenda, onde Alípio Suaris, Jaime, Tek, uns poucos, eram os músicos que animavam as noites de Domingo a Domingo, presenciada pela nata política da Praia, incluindo cooperantes. Djonsa chegou a ser o “holliúdo” da capital. Catxupa guisada completa, torresmos, lenguicinha de terra, carne de porco assada, matxona, Sagres, Cartaxo (vinho de garrafão) e Vat 69, eram os atractivos para além da música ao vivo.
Fosse hoje ninguém lá ia. Qualquer taberna hoje em dia dá barrimesa àquele sítio. Pilons, mesas improvisasdas e moxos engordurados eram os mobiliários guardados por quatro paredes em pedra rústica com estrelas no céu a contar os gateiros. Balcão nem falar. O par de tábuas de 160 x 30 x 2,5cm envelhecidas pelo tempo e pela humidade do álcool servia de poiso às dezenas de cotovelos nervosos entornando cálices, gesticulando apostados no falatório. Havia um beco, canal de acesso, onde os fracos deixavam ficar o berro da última pinga, cheirava nem ginabre do cobre.

Gente! Hoje, trincada por um Gigante Salto vivemos uma Praia com uma vida nocturna sem precedentes e com espaços onde a música acontece sempre, sobretudo, Tempero, Poeta, Quintal da Música, Tabanka Mar, Centro Cultural Francês, lugares dignos, onde grupos musicais semi-profissionais actuam, acompanhando por vezes artistas vindos de fora. Um outro espaço confortável para concertos é no BCA – Chã de Areia - , onde no dia 1 passado esteve a Teresinha Araújo e a sua banda.

No mesmo dia no 5al da Múzica esteve Celina Pereira que, perturbada pela vozearia do crioulo que cada vez mais desregra as suas relações com a música em concerto (música animação da paródia), a dado passo replicou: «dêem-me silêncio por favor que estou cantando música nacional». De qualquer maneira, de Djonsa a esta parte, hoje, há muitos mais espaços, há muitos mais músicos e muitas mais músicas celebradas. Neste particular o salto é mesmo gigantesco.

2 comentários:

Djoy Amado disse...

Oi Kaká

Talvez o único aspecto que ficou para trás desse "upgrade" abordado por ti foi a relação com a música, alvo da reclamação da Celina Pereira. Com isso não quero dizer que a execução da música ao vivo exija sempre um silencio sepulcral, mas sim que, em determinados momentos, sem ele, a magia não acontece.

Um blogabraço.

Anónimo disse...

Sim prezado Djoy.... má kriolu ka ten silensiozo na tubu skapi. Ronku é di panela fradu. Má ta bai.
Obrigado pa reparu. Iblgabrço. Kb

RAPIZIUS

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