sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rapízius

                 Um nacozinho do texto do conto NO OLHO DA RUA da coletânea inédita
                                                   Descantes de Nha Ribeira

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           Tudo por uma razão muito simples. É que a festa que marcava a natividade do menino mais ilustre da terra exigia esforço financeiro e entrega de ricos e de pobres. Era algo inevitável porque se cria piamente que a felicidade deste dia podia inspirar os vindouros, desde que imperasse a fé, mesmo sabendo que o pé-de-meia não aguentava a festança. Alguns, em gesto de solidariedade, colaboravam com os organismos civis na preparação das festinhas oficiosas para os meninos que nada tinham. Afinal era o bulício do Natal. A festa sedutora. Mas também do consumo descomedido. Não tendo a função de juntar e de divertir a criançada ao lado dos adultos, o Natal, na óptica consumista, seria a pândega mais popular do ano, precisamente, por alimentar apetites de toda a espécie e feitio.
            Mas ao lado de tudo isso havia aqueles meninos a quem nestes dias de roda-viva nada lhes cabia por razões que, se calhar, nada lhes dizia o Pai Natal, porque tornaram-se meros produtos do olho da rua, porque saíram de casa por não suportar tantas carências, por não entenderem as causas das agressões e não suportarem tantas mágoas e faltas, porque ficaram perdidos no meio de tantas desilusões, mas apelidados na mesma de flores do amanhã, embora errantes, desamparados, sem saberem para onde ir.
            Porque inquilinos da esquina, dos alpendres e das obras inacabadas, porque expostos ao relento pastoreando estrelas, porque físicos que não cresceram no tamanho mas sim na idade, porque ladrõezinhos fracassados que aprenderam a odiar, porque nunca desvendaram como amar alguém, porque infantes sem nome no chão da implacável luta pela sobrevivência, enfim, porque filhos da suspeição que aprenderam a abeirar-se dos festejos como gatos bravios, sondando afastados o engodo sem oportunidade de o saborear serenamente, porque satélites mortos do mundo consumista que sagra o advento de uma sociedade mais risonha. Será mesmo, que a magia do presépio e adornos em árvores nevadas, zera nos excluídos o enfado insistente dos dias que no olho rua revivem suas vidas.



segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Rapízius

                                      Cap V do conto Xamány


O sol ia bem baixo quando o rapazinho neto de Nho Torquato deixou ficar o recado à Nha Lucídia que tinha saído para tratar dos animais deixados fora do curral. Um recado daquela natureza voava que nem cheiro da calda na fornalha. Tudo foi muito rápido. Os interessados compareceram mais cedo do que se podia imaginar junto à casa onde havia o único fio que punha duas pessoas em contacto a milhas e milhas de distância. O telefone voltou a tocar. Era ele mesmo. Mãe e filho puseram-se a revirar o mundo das suas saudades, enquanto, pertinho, o outro interessado cismava de pescoço trincado para a frente como se os olhos alguma vez virassem ouvido. Sem perder tempo planeava o linguarejar para quando chegasse a sua vez. Mas a conversa de mãe para filho estava fincada de tal maneira que a noção tempo e distância se esvaíam inteiramente na imagem de vizinhança propiciada pela clareza das suas vozes.

Chegado a sua vez, os dois amiguinhos ferraram na cavaqueira com o de cá a gesticular que nem ramagem de charuteira exposta ao vento de Março. Tão, e tão pertinho se sentia do outro que a arrebatada troca da fala parecia sufocar o sistema pela onda de tanta vibração, circulando num e noutro sentido. De repente, a linha caiu. Muita coisa tinha ficado sem ir nem vir através dos araminhos de cobre que mantiveram os dois ligados por algum tempo. O jovem emigrante tinha completado nesse justo momento vinte e quatro horas longe da sua terra natal. O deste lado tinha deixado o local a correr à procura dos restantes amigos para lhes dar frescas novidades. Reuniram-se num instante e o moço começou a contar o que foi possível ouvir momentos antes, apesar de a linha ter-lhe pregado um bom calote. O pouco que conseguiu ouvir e dizer ficou transformado num relato que não havia meio de acabar, pondo ênfase no que mais o tinha motivado, os sítios bonitos e estranhos, o bairro da Barraca onde vivia muita gente da terra, nome que um dos presentes corrigiu para Buraca, o avião, a viagem etc. Os rapazes, influídos pelas novidades puseram-se a conversar apaixonados pelas imagens transmitidas, imaginando coisas e motivos que os atiçava ainda mais a acreditarem no sonho da emigração. A noite apanhou-lhes a conversar sobre o futuro das suas vidas.

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Rapízius

                                    Rapíziu nº4

                Oração do Bom Jesus do Branda Ferro.

Santíssimo Corpo de Cristo em vossa chaga. Jesus Cristo do Branda Ferro vem brandar qualquer criatura que tem vontade di mi ofender. Virgem Nossa Senhora do Livramento eslivrai-mi e difendei-mi, ajudai-mi com qualquer meus indimigos, indimigos mansos, indimigos cordeiros, indimigos de caminho, indimigos di morada e indimigos particulares que vem sobre mim despejar suas malícias e malificiencias. Despende imediatamente escontra ela ou ele com o poder de Deus, Pai Todo-poderoso.

Filho, Esprito Santíssimo do altar mais do céu valei-mi, difendei-mi e ajudai-mi com qualquer outro indimigos, homens ou mulheres que vem armando escontra a mim suas fúria enraivecidos e suas bocas suja de coisas de malquerença. Eles ou elas serão ofendidos, eles mesmo com o poder do Bom Jesus do Branda Ferro. Anjo Grabiel, San Miguel Rafael, San Simon de Ajuda, ajudai-mi com qualquer de meus indimigos aqui e acolá, de frente e de trás e em todo o lado que estão arrumando escontra mim malícias de todos os feitio, qui mãos de demónio artefaz para condenação de almas de criaturas benqueridos.

Nosso Senhor Jesus Cristo de Branda Ferro brandai-mi os corações dos meus indimigos que estão sobre mim. San Simon da Ajuda ajudai-mi pelo amor que ajudou Nosso Senhor Jesus Cristo com a Santa Vela Cruz nas costa pela rua di amargura. Ajudai-mi a vencer estas ou estes indimigos vindo de casa estranho com o veneno tanto na comida, como na água, como na qualquer diferente qualidades de bebidas. Nossa Senhora de Tapar, tapai-mi com seu manto que encobriu os sem cobertura.

Nossa Senhora do Livramento difendei-mi nessa batalha por que o sangue do meu corpo não fosse derramado nem nas mãos dos meus ferozes indimigos nem nas suas intentações. Santa Mãi rogativa rogai-mi na minha vida até a hora da minha morte. Santo Santíssimo anjo da minha próxima guarda livrai-mi e difendei-mi de todas as armas de ferro como bagamorte, espingardas, punhais, revolve, facas, zagaias, pau, pedras, malfeitos, fetiçarias, demónios, pregãos de todas tentação e doutras coisas de perigo conhecido ou desconhecido pelos olhos da criatura.

Para todas as criaturas Servo de Deus, para todas as coisas e as pessoas de más tentações branda a hora de atingir-mi, di todos os males intencionados, e aqueles preparados na minha retaguarda sem eu saber, todos e sempre todos para ser auxiliados e remitidos para longe com o poder do Bom Jesus de Branda Ferro. Amem.»

                Recriado por: Kaka Barboza 

domingo, 18 de novembro de 2012

Rapízius

                         Rapíziu nº 3


Depôs de konsulta médika konsta k’un tava mute doente e un tive de ser internode na ospital. Dezenganode pa dotôr, nha família ka kria ke un sobesse ke n’tava ta bá morre. Tude nhas amigos já sabia. Menos mi. E tude gente ke un tava perguntá se un tava ta bá morre, ex tava dezê kma nãu, ke mi era forte e un tava kuaje ta bába pa kaza.

Depôs de tónte recebê vizita, un deskonfia ke algun koza tava mariode. Nton un pedix flor. Pa trazia mi flor. Flor brónk se era pa bá pa kaza, marel se fosse pa fka más un tenpe na ospital e burmedje se un tivesse en extado grave, e se un tava nax última pa ka trazeba nada. Lá kada un garanti kex tava asseita ideia e ex tava kunpri.

Dia seginte, un pessoa entra na kuarto el pô un bukê de flor burmedje murtxe e sen vida na nha lóde. Komo un tava ta durmi un ka tma fé. Nesse meio tenpo un kordâ e na nha bera xtava un bukê de flor trazide pa un pessoa ke ningen oia ta entra, nen ta saí e nen nome el ka txá na lugar ninhun de ospital. Ora de kontrolo tinha txegóde. Enfermeira de serviso tinha un kara xpantóde ta oiá pa min. E mi lá tude muk ke nha flor brasode. Un vra un pergunta-l se tude tava drete ma el. El baralha, el bá pa trame tenperatura, el faze un sorrizo moda reste de kmida de góte, friu-friu. Vra sin el grita moda se el tava diante dun morte. E mi tude lá xarutin. Oi kaskode na el. Un tinha morride diazá na munde.

18.11.12 - KBarboza

Rapízius

                      Rapíziu nº 2/12


Eram três horas da manhã quando cheguei à casa vindo de Fogo d’ África, lugar onde se faz música da terra todos os fins-de-semana com Nho Nani ao violino, um amigo, um músico, um entusiasta que muito aprecio. Empenha-se bem com o arco na mão. Ele é mesmo bom.

Sim, como sempre dirigi-me ao frigorífico para tirar dali a garrafa de água fresca, pôr na minha caneca inox, ir para a janela da sala, tomar uns goles, parar e olhar para cima, para o céu a conferir a posição das estrelas. Praia tem um mau céu estrelado por causa do reflexo das luzes da cidade. O melhor céu estrelado que já vi na minha vida foi em Assomada, em Achada Riba. Recentemente, foi na ilha Brava, em Senhora do Monte. Fascina-me o céu estrelado. Olho a pensar nas estrelas que não se cansam de cavar o buraco onde moram deixando ficar de fora o rabinho de luz a abanar, semelhando a artimanha das feiticeiras.

De repente uma sombra com um ar enigmático pôs-se a meu lado com suavidade e começou a murmurar aos meus ouvidos: «Olá, Kapa!» Voltei a cara para o lado. Repetiu: «Olá Kapa»! O bafo era de quem fumava e bebia instantes atrás. À mistura o odor de um perfume caro, parecido com Madame Dior, não tenho certeza. Quem és tu? – Perguntei. De novo ela «Vim porque estou apaixonada por ti Kapa». Porra, quem és tu! O que queres de mim? Ela: «Já não tenho idade para estas coisas, mas senti vertiginosamente atraída por ti e vais dar-me o prazer de te tocar e de te beijar. Ficas bem recompensado. Não tenhas medo de mim».

Um calafrio tomou-me conta da espinha a querer tirar-me forças. Ao sentir o aproximar do seu rosto ao meu, defendi com a mão que segurava a caneca de água, acertando na parede ao lado entornando-se o resto da água no chão. Afastei-me da janela por uns momentos. Voltei a ficar no mesmo lugar e na mesma posição, desta vez a olhar para baixo e para o lado para ver se identificava algo. Resultado, nada. Permaneci de pé junto à janela e percebi que do chão vinha um cheiro a álcool, a whisky. Para comprovar, trouxe a caixa de fósforo, acendi, aproximei o lume do derrame, e-e-e-e pefffff. Um fogo azulado cheirando a nada. De repente houve um vuuuoooop a secar o chão. Aconteceu como se um vácuo tivesse sugado qualquer coisa dali. Até o dia de hoje fiquei por entender o que na realidade terá passado comigo nessa madrugada.

Praia, 17.11.12 - KBarboza

sábado, 17 de novembro de 2012

Rapízius

                               Rapíziu nº 01/12

Ka sabedu ma bó é mi e mi é bó sen tra nen poi. Otus podi pensa ma nu sta longi kunpanheru, ma distansia ki parse ta separanu, ma é simé. Separason pa nós ka tem, ka ta iziste.

Alebu li má la tanbé. Kel ki passa é kuzas ki passa. É sirkunstânsia di vida, pur isso ten paxenxa...kel ki sta, dja sta djâ. Fadiga pakê! Ka sta faxi sta bibu si min morre dja ten más di dez anu anu, aliás, nka debe naseba, pakê! Pa morre dipôs e fika bibu ta da pa li, ta da pa la! É duru pa mi sabe izatamente modi ki bu sta passa e sta ser tratadu na kel terra lâ, en ki bu sta kondenadu a fika ti nka sabe kantu tenpu más.

Di tudu modi, n sta bibu na morti kin morre. Má senpre li, firmi na nha konviksãu di kunpri nha dever di mortu pa ku bibus. N ta xiti txeu falta di sta mortu e nta gostaba di ka staba bibu pan odja kel ki nka debe odja e xinti kel ki nka debe xinti. N ta passa vida tormentadu. Na meiu di kuzas ki ta pon respira fundu ku gana fitxa coragi pan dâ un pan, má nta pára-a-a-a-a ta pensa. Manbá sin dâ bá ku amigus ku tudu, pur issu nta branda nervu, tomandu fresku na rol di mar na horas di sussegu total.

Ka bu txoman mazokista ou sádiku, mas nka ta rizisti tentasãu de kontau o ki passa ku mi à dias. N duense grávi nbá dotor, di la nba hospital pa internamentu. Kantu ntxiga, n da nomi, n paga porta, tudu, es djobe na konputador nha nomi ka staba lâ. Npidi pa djobe dretu. Djobedu, djobedu, atxadu. Fladu man morre dja tinha dizoitu anu. Djobedu, atxadu bilheti di óbito ki ta da man morreba di asidenti di karru, pur akazu n tinha ku mi tudu dokumentu, BI, karta konduson, Sósio di Benfika, NIFI, karton 24 di três banku, karton di vizita, inkuindu bilheti di óbitu. Nton nka fika internadu na kuartu di duentis. Na kazinha di mortu undi mortu ta podu pa pode bibu dipos di morre.

Ê… si! Nfika la ta spera ora di morre más un bes.

Kaka Barboza

Praia, 17.11.12

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Floris di Ibyago



        DOR DI DUEDU


Mi nka ben mundu pan pol di nha getu
Má pa n sta na getu di kel ki é dretu
Sem dor di duedu e sen duedu di dor
N ka ben pa ser dor di lansa kupidu.
Bo era sol di nha sonho
Xintadu na ramu nha paxenxa
Ta buska gulória na segredu dun krensa
Dun krensa kredu na dor di forti duedu.

Si sol ka ta manxeba na kutelu
Ami era pinton mangradu ku dia kontadu
Mi era kruz na Kruz di Piku krusifikadu
Mi era azágua di lugar kondenadu.
Ayan! Otu, má alen li!
Demu! Si duedu ta due
Kre ki ka kredu
É mas ki duedu na dor di forti duedu
Ka ta da pa pensa, ka ta da pa ntendedu.


Kaka Barboza
Praia, 16.11.1012

vIvA O viva

Dei tantos vivas até o dia em que deixei o parlamento, vivas dados com emoção, pensando nesses momentos descobri que os melhores vivas foram: VIVA A QUARTA CLASSE, VIVA KEL BOLO - VIVA KEL VINHO e VIVA O ANIVERSARIANTE.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Solidariedade



Cartas do Deserto

Coimbra, 07 de Novembro de 2012

Hoje a manhã estava fresca. Tinha chovido durante a noite. Tal como me acontece com frequência, tinha saído de casa com atraso. As minhas colegas Ana e Céu aguardavam-me. Mergulhado nos pensamentos, lá fui, com os passos guiados por “piloto automático”. Já na Avenida Fernão de Magalhães dei comigo a lacrimejar. Não sei se do fresco que me açoitava os olhos, se da emoção de estar a viver um momento novo na minha vida. Talvez fosse um misto de ambas as asperezas. Ou até um cocktail com porções não medidas de amargura e raiva. Na Avenida Fernão de Magalhães localizara-se até 31 de Maio passado a sede da Delegação da Lusa na Região Centro, onde partilhámos tantas horas, tantos dias, de tantos anos.
O encerramento e o degredo do trabalho em casa, desde então, prenunciavam já este desfecho. À entrada do Centro de Emprego de Coimbra ambas me esperavam, de pastas encostadas à anca, e a Ana já com a minha “senha de vez” na mão. Depois de transpor a parta de vidro, uma sala de espera repleta, com todos os bancos ocupados, e algumas pessoas em pé. Ninguém ria ou sorria. Raramente trocavam palavras.
De quando em vez fixavam o marcador luminoso que marcava o ritmo do atendimento. Quase todos tinham uma pasta de plástico na mão, ou no colo, contendo folhas de papel, e na mão direita agarravam o ticket de vez. Alguns jovens. Muitos dos 40 ou 50 anos. Uma fotografia do Portugal de hoje, pensei. Uns, recém desempregados, como eu e as minhas duas colegas, estavam lá para entregar os documentos de oficialização do despedimento, a tentar obter o subsídio de desemprego. Outros iam mostrar o testemunho das quatro tentativas mensais de procura de emprego a que estão obrigados. Será este o nosso fadário nos próximos meses, ou até que se esgote o direito ao fundo de desemprego.
O 31 de Outubro de 2012 foi-nos imposto aos três – a mim, à Maria do Céu e à Ana – como o último dia na Lusa. No meu caso ao fim de 24 anos e meio. O encerramento da Delegação em Coimbra, em finais de Maio último, e os desenvolvimentos subsequentes apontavam para o arrasar do grupo de jornalistas em Coimbra. Agora parece que o tufão arrasará muitos empregados da Lusa em todo o país, mas em particular os jornalistas que se encontram fora da bicefalia Lisboa-Porto.
Na manhã do dia 31 manifestei a adesão a um programa de saídas voluntárias, que melhor se poderia designar de saídas involuntárias. Na tarde desse dia soube que esse era o último da minha carreira na Lusa. Curiosamente estava a acompanhar uma conferência da UGT "Crise Económica e Social" quando o telemóvel vibrou. Saí da sala para o atender, e para minha perplexidade era um telefonema do responsável dos serviços técnicos da Lusa.
Ordenava-me a devolução com urgência dos equipamentos que tinha para uso no trabalho, pois aderira ao programa das ditas saídas voluntárias. Foi uma comunicação, por via indirecta, de um despedimento. Com estoicismo reentrei na sala para acompanhar o resto da conferência. Às 21:36, marcava o mostrador do telemóvel, enviei a última notícia que redigi para a Lusa. A última de muitos milhares de notícias que escrevi, primeiro na máquina de escrever, depois no telex, e há vários anos num computador.
Foi um momento triste, a todos os níveis. Encerrar desse modo uma carreira na Lusa que começara na última semana de Abril de 1988. Talvez tenha encerrado aí, também, a carreira de jornalista, dada a situação que vive o sector da imprensa.
Depois de limpo dos testemunhos do labor de vários anos, na segunda-feira passada coloquei numa caixa o computador, o telemóvel e a placa 3G. Tudo dentro da mochila onde os transportara para tantos trabalhos.
Como ataúde de tantos anos de trabalho, de tantas paixões e ansiedades vividas na procura da notícia, a caixa selada lá seguiu por correio registado para a sede da Lusa, em Lisboa.
                                       (Um texto enviado por Francisco Fontes - meu grande amigo)



RAPIZIUS

                                                                                                         MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...