FURAR OLHOS AO FUTURO
Defender Cabo Verde passa, primeiro, por falar claro e a
verdade diante de todos e nunca esconder-se detrás da cortina da hipocrisia, acenar
a bandeira azul e cantar ao irmão o hino da inaptidão.
Defender a terra é decidir
e agir sem medo dos ciclos eleitores.
É não tapar as mazelas que a incivilidade vem aumentando com diversões, festivais e dimokransa.
A morabeza em vias de dissolução foi atacada pelo corrompimento das pessoas, dos agentes públicos, do clientelismo nos partidos políticos e pela afronta imposta às crianças.
A morabeza em vias de dissolução foi atacada pelo corrompimento das pessoas, dos agentes públicos, do clientelismo nos partidos políticos e pela afronta imposta às crianças.
Fingimento e hipocrisia viraram doença tropical contagiante criada pelos imorais brancos da terra.
Finge-se cristão, finge-se crentes
em Deus, finge-se adorar os santos padroeiros com celebrações, festas, festivais,
anunciações e inaugurações, falatório, palanques e povo na procissão, no
entanto a miséria moral ascende como paus de carrapato lançando grelos ao chão.
Perante as caras de
santo nos altares, nos palácios e repartições públicas, perante o declarado amor
à terra, perante as demandas irrealizáveis no país de rendimento médio, perante
a esperança que nunca morre, perante a falida morabeza, perante quem nos escuta
e observa, perante as doações canceladas, perante os tempos terríveis que se
avizinham, perante o pai que come a filha menor, perante o irmão que mata o irmão,
perante as modas importadas, perante o consumismo e a ostentação, perante os
verbos transitivos gandear, discutir, matar, consumir, gesticular, musicar,
escrever, casar, divorciar, exigir, reivindicar, regionalizar, descentralizar,
sensibilizar, workShopar e macaquear que a escola democrática do país conjuga na primeira pessoa, perante tudo
isso, resta-me questionar: furar olhos ao futuro é caminho certo para se alcançar o suposto progresso
e bem-estar para todos?
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