DOIS SOM NETOS
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viu o olho da visão e jamais convenceu
o círculo não tinha centro nos seus olhos
nem circulava o redor em seu claro céu
aguava-se no odor da vela e bebia óleos.
perto passeavam seus mirares e sorrisos
abrindo-se e fechando-se dóceis ao dia
viram jamais outros olhos senão os seus
na menina que sob as pálpebras morava.
ali desabaria qualquer raio na sua fronte
a flor que se abriu um dia fora mais rosa
ao sol do jardim do que na boca da jarra
era menos no vaso a flor que no caule
onde mariposas alavam-se apaixonadas
a sonhar com os sentidos excitados
13
olfa tinha na rua das suas pregas
segredos que adoravam a sua idade
bebia e fumava e depois seduzia-se
nas silhuetas do fôlego que expelia.
do seu amor-próprio caíam desejos
rolando bolas de vapor sedentos
que curiosas abriam as vontades
ardentes e doentias seus sentires.
caiu o véu e o dedo vagou o interior
húmido a sentir não o cheiro do puro
mas do vício preso nas ruas do olfacto.
na montra as narinas espiavam o dia
farejando curiosas o odor andante
a sonhar com os sentidos excitados.
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