CONSERVADOR e ULTRAPASSADO o que um grupo de cigarras desafinadas, que se dizem artistas, termo na moda, me considera. Tudo porque não alinho com
a enxurrada rítmica por elas produzida que, por ignorância total do que é música e o que é cultura, tentam vender como arte e cultura. Dizem música o que conseguem tirar, esfregando as cordas de uma guitarra. Musica não é barulho sonoro. Cultura não é importar e imitar
os outros, produto dos outros para animar ambientes festivos. Baseado na premissa de que Cabo Vede é um país
aberto, toda a porcaria vem cá parar, e, por isso, tida como moda e por via da
repetição tida por cultura. O diabo é que sem instrução e cultura (conhecimento, saber) não se consegue separar
o útil do inútil, do que interessa e não à cultura das ilhas.
Um conservador ultrapassado não faz a música que faço, não faz letras e nem faz poesia que faço.
Ao fazer música e poesia representativas das ilhas estou a ser eu mesmo em toda a dimensão da nossa caboverdianidade. Para mim, música é aprendizagem, é estudo, é meditação, é pauta, é estrada para se chegar a alma de um povo e não uma balela qualquer ritmada para encenar momentos de lazer, contendo trechos melódicos copiados algures para satisfazer "fãs" ou angariar votações em Awards etc.
Um conservador ultrapassado não faz a música que faço, não faz letras e nem faz poesia que faço.
Ao fazer música e poesia representativas das ilhas estou a ser eu mesmo em toda a dimensão da nossa caboverdianidade. Para mim, música é aprendizagem, é estudo, é meditação, é pauta, é estrada para se chegar a alma de um povo e não uma balela qualquer ritmada para encenar momentos de lazer, contendo trechos melódicos copiados algures para satisfazer "fãs" ou angariar votações em Awards etc.
A música nacional é
tal qual a literatura. Sempre tiveram origem na alma ilhéu que o povo criou há
mais de quatrocentos anos, derivando daí os impulsos, a sensibilidade e a
idiossincrasia que o povo do arquipélago arquitectou ao longo da sua luta pela sobrevivência.
Portanto a música e a poesia não são obras estéreis, nem imitação servil, nem resulta
de importações baratas, antes pelo contrário são manifestações próprias, a essência
do que somos enquanto povo com identidade própria.
Um povo alheio às
suas raízes, à sua história, ao seu percurso na luta pela conquista da sua independência,
liberdade, bem-estar social e económico e psíquico não consegue ser ele próprio
na sua própria terra. É um errante, um nómada no sue próprio sangue. A nossa
cultura não é algo servil a outras culturas, nunca foi e não há-se ser, por
mais lusofonia haja e por mais globalização se propale, não havemos de ser
imigrantes na nossa própria terra, e robôs de entretenimento cultural colocados
na net.
Caduco ou conservador, jamais desfilarei no palco dos medíocres.
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