segunda-feira, 7 de janeiro de 2008

Bilhete para o Paulino

Engenho - Txan di Kana - Fot. Kb

Picos - Monti Nguli Lansa - Fot. Kb


Caro conterrâneo

Bom Ano. São os meu desejos sinceros.
Felicito-te oh Paulino pela magia das crónicas e pela vitalidade das imagens blogadas por ti. Enquanto navegante viciado na Internet dei com as tuas postagens faz algum tempo. Entusiasmaram-me bastante a forma como te dedicas à escrita. Tem cio a alma tua pena.

Assim como tu, também gosto de captar e de reportar imagens e factos.
Conheci-te melhor na tal visita recente da nossa deputação à tua ilha natal. És muito afim a o que escreves e a o que fotografas. Estás aí e falas de mim sem saberes. Topas?
Há em nós um "sibitxi" transmitido pelo nosso chão, pela aldeia e pelas gentes. Poucos são os filhos, tenho de o dizer, filhos letrados desta terra portadores desta coragem de se autopsiarem e descobrir o que costumo chamar “taganxo” para dali se manifestarem sem complexos.

Olha, taganxo é uma espécie de sinal claro situado no centro do nosso imaginário prenhe de ancestralidade, uma espécie de farol mentor da nossa psique. O mundo rural onde nascemos e crescemos juntamente com os nossos pais, avós, padrinhos, irmãos, companheiros de escola, namoradinhas, animais, paisagem, seca, azágua, que muitos de nós só damos conta quando confrontados com a necessidade de nos libertarmos dos atalhos alienantes para vivermos a nossa própria existência.
Como tu senti essa necessidade de partilhar o ventre das ilhas com outrem perto ou distante de nós, de partilhar as coisas boas do nosso chão pertencido, enfim partilhar factos e curiosidades dos nossos recantos, dos nossos municípios etc. É uma necessidade incontida. Sonho com municípios fortes, com Câmaras cultas promotoras do seu território, criadoras de uma boa imagem social local. Só que elas têm de saber contar com certas vozes e opiniões, porque uma Câmara sem identidade a governar uma comunidade com forte identidade, é como esperar resultado do ovo “relempióde” (Stº Antão) do ovo bazalisku (STiagu). Cadê p’tin?

Conjugando teu Blog mais o meu, ultimamente nascido do soberbo mister - partilhamento de ideias e convicções - ocorreu-me o seguinte:
1. Blog CV é um dentro fora da gente;
2. um rosto de muitos rostos;
3. uma escada da nossa própria estrada;
4. um jogo à cabra-cega; e afinal
5. uma gaveta indiscreta de memórias;

Nesta medida vou poder postar opiniões, reflexões e factos que jamais irão parar ao contentor do lixo electrónico de ninguém, a menos que eu os queira “delete” propositadamente.

Nasci em e sou louco por Maio, mas também por Setembro, pelo seguinte:
Maio, mês do verde combalido e Setembro mês do verde desabrido. É que o nosso comum é sermos oriundos de ilhas agrícolas. É uma vantagem em todos os sentidos. Nas cidades há jardins artificiais e escritos urbanos (aristocráticos) cheirando poluição, nostalgia e esperanças arremendadas.
O campo é interior do espaço livre onde a poesia voa sem medo de poisar na torre dos consagrados; a enxada um boldoser sem caixa de velocidades; e, claro, os homens pedra e a mulher lama e os meninos a fronte do dia a seguir. Que mais querem!?...
Um dia eu disse isto num poema: poesia é um díssono cordato; é razão provocada e o sentir apelado. O taganxo ditou, escrevi. So isso!...
Gramo muito Santo Antão até porque o meu estimado cunhado Ijzé Liz é nativo de Lagedos, terra onde ainda vive a professora, a agricultora nossa querida mãezinha Isabel Jardim.
Fica aqui, Paulino, um abraço amigo e pitoresco.
Aguardo a oportunidade para transformar o barulho em cima em convívio e música. (Kb)

1 comentário:

Anónimo disse...

kaka n ka sabi si é mi ki garbata mariadu o modi ma só hoji kin da konta mo djo teni morada nes universo di blogs!força na tudu, um abraçu di um broda sem número!

RAPIZIUS

                                                                                                         MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...