domingo, 6 de janeiro de 2008

Bilheti pa Txiska na Mindelo


Pesquisas do Txiska. Pneus do futuro
Oi broda Nº 3

Nháko d’anu pa bó. Como Soncent não brinca, festando, algum exagero faria sentido. Mas sei que não alinhaste. Inocência é mãi d’Prudéncia. Mas, conheço-te bem. Bróda, fruto proibido é apetitoso desde os tempos paradisíacos. Foi sempre assim. Se Eva não tivesse tido olhão hoje não tínhamos a cultura da “bundanação” e este 2 00 8 vai ser o diabo… Oito!? Tem coisa implícita. Tenho estado a indagar e a seguir os dias. Oito, é parideira. Vou repetir isso sempre.
Sim, inaugurei o ViraSon com um bilhete para o 10. Viste-me a garfiar o gajo na cozinha!? Agu abertu kel ki ta-dâ-ta-dâ. Se bem que muito bugu-bugo deixei para outros.

Já te tinha contado? Dr. tirou-me o “sábi” e deixou-me ficar a dieta que dá moleza para fazer. Ao prescrever disse-lhe claramente: «Sr. Dr. escreve o que é capaz de tirar o impróprio». «Abstenção e ginástica: - disse-me, mirando por cima do aro». Confesso-te, sinto-me bem pecando do jeito como incorro. Diabo também é justo. Se koza guiná mariod, grand fók ta livia mal.
Sabes que em casa do Nº 5 torésma e cana não faltam sobretudo com este Benfica karangói. O azulista do Xéto, deve estar a troçar de nós, os encarnados. Ele é o único desenfileirado dos irmãos.

Lembras-te do delicioso passeio dos manos pela foréta aqui em Santiago?
Tens de vir passar uns dias largos coma a irmanada, mas com a condição. Deixas ficar Mindel fundiód na Soncent.

Meu caro... fazem tanta propaganda suja da Praia suja etc. Até cartazes na rua houve. Mas os seus arquitectos vivem bem. Marimbam na Praia. O maior lixo vem das suas casas. Sujam mais do que as paxorrentas vacas passeando na avenida e os cães que guardam a zona do Prédio. Os maldizentes criam lixo e põem-no na rua. Querem a casa isenta da porcaria. Devia haver dia de pôr o lixo fora para ser levado. Noutros lados onde se respeita a rua é assim.

E por falar nisso. Eu tenho essa coisa de indagar o sentido que certas palavras têm em crioulo. Sentido não tem sentido em crioulo. Sabias?

Xintidu é outra coisa. Rua não tem sentido de espaço habitável, praticável e de lazer. Sabias? Entra-se em sentidos proibidos sem problemas. Para-se em sentido contrário. Há discursos sem sentido. Há muita coisa sem sentido, incluindo programas de televisão sem sentido e artigos de jornais sem sentido. É que faz sentido não haver sentido.

Na pratica, entra-se na saída e sai-se nas entradas na descontra. Até tropa em sentido atende o telemóvel.

Isto da Rua então. Rua é rua da negociata; rua do filho na rua; rua da briga na rua; rua de mijo na rua; enfim, rua infernal e do kassubódi.
Enquanto não tivermos autenticas RUAS, com nome, com prestígio, com encanto e com residentes decentes, diria mesmo. ruas com identidade, continuamos com a Rua na rua. Lugar de despejo e de zaragata.

Mas ó mano, mesmo assim, aqui há vida pá, há dinheiro, há luxo, há hipocrisia, há fofocas, há expediente e oi f’txód... Há exibição nas ruas. Porra, isto é cidade e generosa demais. Atura tudo e não se cansa. Podem não concordar comigo. Lá o povão é quem paga tudo. Mas não é verdade. Não achas?
Dá um salto. É tão lindo o panorama circundante à nova circular. Quando olho para o baldio perco a idade e dispeço-me de tudo. Olho, respiro o cheiro campesino, parto para o outro lado da cabeça onde não há tropecidades, nem dietas anti ácido úrico e outras bugigangas que a cidade nos mete na cabeça. Sabias que a cidade por ser cidade é doentia?
Santo Pimpim nasceu, viveu e morreu sem ter visto e pisado uma cidade.

Finalmente convido-te para o Son di ViraSon. Envia as descobertas das tuas viagens internetais. Veja as imagens dos tais pneus. Disseste bem: «gente há-de ficar de fora».
Sinceramente, espero-te na Praia para cruzarmos umas confidências. Adeus. Bom Ano. Kb

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RAPIZIUS

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