domingo, 13 de janeiro de 2008

Bilhete para Eugénio Lopes











Caro Eugénio

Quando a palavra é gratuita contagia fogosamente a praça.
Ninguém por tal veneno morre, sendo ela verdade.
Mas a do poeta é sentença que à alma e só a ela recompensa.
(Nunca vi poesia na rifa ou nos jogos de azar. Livro ChãoTerra Maiamo. Kb)

Caro poeta,
Há dias nós os dois, no espaço de convívio afável o Cometa, qual fatídico astro foragido que o tempo não lhe deu tempo para adorar a crioula noite e ouvir os grilos, entre cana de Lagedos e projectos teus, conferímos as nossas afinidades, evocando a ausência do Djoy do Djaroz. Música, poesia, borboletas e grilos irrompiam das verdianas expectativas de 2008, nossas.
Os improvisados momentos bestiais, existem. Criámo-los nós.
Sabias que o poeta-músico é como a enxada? … Ele cava e lavra ressoando.

Cavei Chã o fogo azul das tuas utopias
O anil das suas pupilas
Cheguei ao crime azul de seres poeta.

Oh! Como é planta o cio azul da tua tira.
Fosse ele vulgar e em branco ...
Fugia eu para o rubro do inferno da luz
Onde impera o azulíssimo
Onde é-se livre e tudo é azul à antiga.

Ali, nascem os poetas-músicos.
Oh! Como amo teu vício azul pelas gorgoletas.

Ggrilos amo e crepúsculo é o alento
É cor diurnal do son(h)o dos cantos meus.
Os teus... "azul apesar da noite como te vejo"
(improvisação - Kb)

*§*
Santa virgem moça
levo-te a meu bel-prazer
enterneço-te entre simbolos e imagens
aos prados céus montes nem te importas.

Espraio-me na candura do teu cheiro
afogo-te em rios de goelas famintas.
Ei-la no meu reino grude ao meu braço.
(Poema de Eugénio Lopes)

1 comentário:

Djoy Amado disse...

Oi kaká,

Pena que eu não pude estar presente. No entanto, ontem estive a conversar com o Eugénio acerca daquela ideia de grupo. Acho que a coisa vai pegar.

Um abraço.
(ah, ê si mé... nu sta konta ku bó pa kel forsa!)

RAPIZIUS

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