quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

Bilhete para Ondjaki

Caro Irmão Onddjaki
As minhas caras mantenhas para ti. Contente por te ver no meu blog, jovial e de saúde. Espero que 2 mil y 8 seja bom de mais para ti, para os teus sonhos e para todos os lados dos sóis das tuas andanças. Sempre cá na terra, eu, vendo as coisas caminhar.
Olha, as nossas terras irão mais depressa quando de alto a baixo a gente saltar de entendimento médio, para entendimento superior. Assim, sim! Vamos poder contar com mais entendidos e entendidas.
Os poetas, os músicos, os compositores, os pintores, os artistas no geral, que nunca foram entes tidos, só precisam de sossego e algum desafogo para continuarem a pastorear as suas estrelas. Tenho três obras prontas na gaveta e não saíram em 2007 porque achei o ano bengala, quer dizer manco de “kumbú”. Os patrocínios foram para as obras dos antigos loucos, os consagrados da Claridade.
Como este ano parece ser mesmo o do “doido oito”. Há-de sobejar algum. Pelo menos há um pato solteiro ou solteira, (2) um par de ovos e outros dois coitando a olho nu. Progressos! Será?
Vamos a ver! Vai um poema para o regalo dos teus óculos:

MEU BRINCO DE PEDRA

Vestirei o meu brinco de pedra
Para cantar de forma intimista
Doce mais que dantes cantava
No aqui da idade da minha tira
Onde é nova a trova que prego.

Canto a pedra-brinco e brinco
Para a minha calma guerreira
Porque tudo em mim é caminho
Que passa como a sementeira.
Devo é não ficar preso ao milho.

Mais de meia de mim é proscrito
O restante é a aturdida saudade
Da boa azágua ainda que incerta
No aflito olho do grão sem idade
Do pó de mim na pena do poeta.

Canto a pedra-brinco e brinco
No colo ventre do voltar do galo
Pelas tocatinas a que me destino
Pelo Sol incivil agitado no canto.
Devo é não ficar preso ao antigo.
(Kaka Barboza)

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