DA MARGINALIDADE AO POETA NÃO ANTOLOGIADO
A Valentinuos Velhinho, poeta de ruas correndo noites de insónia
é insosso a escrita que escrevo
vida esbatida em versos rengos murmúrios das horas extintas
viagens a lugares desistidos.
broncos os versos que escrevo
papel árido de coisas remoendo conjuros e sentenças excêntricas
devaneios dum gaiato varrido.
tronco os poemas que assevero
fronte crespa de um jumento
marcha grotesca e impudências
de quem finge cultivar lírios.
atenção! neles há face e verbo
que cada um de nós conhece há gaveta onde mora a paciência
o infinito a janela e os grilos.
cuidado! há o pastor austero
que a galardões não concorre há calma suficiente e sapiência
de jamais vergar ante o elogio.
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