sexta-feira, 31 de julho de 2015

CANÇÕES




Quatro canções de louvor ao milho, à sementeira e aos camponeses da minha terra.
(In Terra Dilecta - Caminhos Cantantes - Inédito)

Luzentes pelo alento dos arranjos  
as covas da sementeira marcham
para celebrar a terra molhada   
que dilata a pequeneza dos grãos. 

Inocente não é o canto do lavrador  
que inventa o molhado que não tem
luz o rumor do pau na boca do pilão
esverdinha o sol que lambe a terra
e à sombra do balaio dorme o pão.  

 
2
 
O milho é como um pássaro
que voa dentro de nós a renúncia
ao seu próprio ninho.
É como um barco que de manhã aporta
e à tarde devolve-se à jornada.
Fosse a ilha um barco
e milho bússola  
outras rotas e viagens
outros destinos
teriam as nossas manhãs.

3
O milho semente ilhéu
traz a ancestralidade 
e as milhas do mar insular
que separam e unem memórias.

O milho contém suspiros
origens e glórias
O milho detém caminhos
limites que unem histórias.

4
Milho
Pão
Semente
Somente
Não.
Milho
É canção

 

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