Quatro canções de louvor ao milho, à sementeira e aos camponeses da minha terra.
(In Terra Dilecta - Caminhos Cantantes - Inédito)
Luzentes pelo alento dos arranjos
as covas da sementeira marcham
para celebrar a terra molhada
que dilata a pequeneza dos grãos.
Inocente não é o canto do lavrador
que inventa o molhado que não tem
luz o rumor do pau na boca do pilão
esverdinha o sol que lambe a terra
e à sombra do balaio dorme o pão.
2
que voa dentro de nós a renúncia
ao seu próprio ninho.
É como um barco que de manhã aporta
e à tarde devolve-se à jornada.
Fosse a ilha um barco
e milho bússola
outras rotas e viagens
outros destinos
teriam as nossas manhãs.
3
O
milho semente ilhéu traz a ancestralidade
e as milhas do mar insular
que separam e unem memórias.
O milho contém suspiros
origens e glórias
O milho detém caminhos
limites que unem histórias.
4
MilhoPão
Semente
Somente
Não.
Milho
É canção
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