O milho da terra ainda é grão para a panela de alguma população periférica. Ora é cachupa de pobre, outras vezes é cachupa rica do abastado e vezes raras é cachupa da cidadania na mesa dos hotéis estrelados da praça. Diferente é o milho importado que é unicamente para o gado ou melhor para a ração animal. É curioso isto: caiu a bandeira da espiga do milho e com ela o antigo prato base dos crioulos. Subiu a nova bandeira e com ela o arroz, actual panela base dos crioulos.
Saibam, com este apontamento, que as duas empresas que importam e comercializam o arroz nesta praça só mandam vir arroz da primeira qualidade ou seja Arroz Grade B - de 0 a 5% Brocken - e o arroz perfumado cujo preço nos supermercados varia entre 97$ a 160$ o quilo. O caboverdiano não aceita e nem curte o arroz que é consumido no Senegal ou na Guiné-bissau cuja qualidade varia entre 25 a 100% brocken de preço a quilo muito mais barato. Há bem poucos dias uma das empresas desta praça reexportou para um país africano próximo de nós, 4 850 toneladas de arroz de primeira qualidade, algo denunciador da boa vida que o crioulo leva na sua terrinha. Não sei o que os outros acham do facto de 194 mil sacos de arroz de primeira qualidade - Viet e American Rice - terem sido rejeitados pelos crioulos, indo parar a um outro mercado africano.
Estou convencido de que nesta terra não existe o tal pobre propalado por certa gente partidária, coisa que acaba por induzir as pessoas de menos posse a serem mais pobres do que na verdade o são, gerando oportunismos de várias categorias. É o mesmo pobre a dizer que o arroz quebrado é para o Mandjako e que o inteiro ou seja o arroz de primeira é para a sua mesa seja qual for o preço.
É de se dizer que esta é uma terra de aberrações. Pobri kontenti é sima santxo na mandiokal. KB
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