Comemora, chuva!
Bate, bate e jorra abundante
No bornal dos meus ombros.
Dissipa o estigma lancinante
Na tapada dos meus olhos.
Comemora, chuva!
Encharca toda a sementeira
E apalpa o secreto da inópia
Escorre densa pela artéria
Alaga os gabiões da invídia.
Comemora, chuva!
Goteja do teu ventre biplume
O afoito grelo no rego da vida
E revigora de tapume a tapume
O verde da verdade combalida.
Comemora, chuva!
Abunda e inunda a arrogância.
(Da coletânea ChãoTerra Maiamo - KB)
sábado, 18 de agosto de 2012
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