quinta-feira, 19 de outubro de 2017

RAPIZIUS

   

As Medalhas e o Dia da Cultura
          Briosas brilham no peitilho do meu casaco minhas medalhas, doiro como dentes do milho da terra. Elas são a jubilação clara duma idoneidade revalidada, talvez, pela simples condição de meus cânticos jamais choveram desamor e hipocrisia no chão da nossa história.
Homenagear, louvar, distinguir e condecorar, são formas patentes de exaltação da moral e da vida de uma nação e, quem as promove executa um dever cívico e nacional. Celebrar com decência outros homens pela dignidade dos seus feitos ou das suas obras é um acto de cultura e de elevado sentido patriótico. Ao se elogiar e agraciar os dignos destes símbolos está-se a dar, seguramente, um passo colossal na elevação do espírito, da moral e da auto-estima dos homens e das mulheres da nossa terra, está-se a conferir reputação aos cidadãos que se destacam pela lucidez e criatividade. Outra coisa é charme político e encenação na esperança de se branquear as chagas dos poderes instituídos.
            É no povo que reside a parte mística e a parte moral duma sociedade, é nele que devemos inspirar para produzirmos as obras que o ajude a formar-se e a reformar-se. É formidável a máxima: dento di alguen k’é alguen, dito popular com conhecimento casuístico; formulação simples mas de forte e profunda significação, dentro de cada pessoa mora o sinete configurador da sua conduta e da sua maneira de ser e de se relacionar com os outros, é onde somos nós, em nós mesmos.
            Os nossos camponeses, antigamente, para provarem o seu reconhecimento e gratidão para com a pessoa prestável oferecia ovos, frango, cereais ou legumes, cabrito, bezerro ou leitão, gesto que funcionava como tributo àquele ou àquela considerada pessoa de bem e estimada na comunidade, ofertas tidas como distinção porque grande o seu valor simbólico, porque plenos de afecto e de sentido humano. Quantas professores ou professoras não receberam dos seus alunos ou dos seus pais estes pequenos tributos em sinal de reconhecimento? Não é por acaso que no momento da declaração de amor sincero à mulher escolhida o homem rebuscava na natureza a exacta comprovação consubstanciada em três pés de Banana Tunga, um para ela, um para o próprio e outro para Senhor Deus lá no céu, justamente, bananeira, planta imperecível, útil e duradoura.
            A pessoa bem notada é aquela que enxerga o valor das coisas, dos homens, dos animais e das plantas, caso contrário não passa de um desatilado que consegue jamais avaliar o chão do seu tacão quanto mais avistar o tempo, o momento e o ambiente que o rodeia.
Sabiam que dagúma significa: afável, gentil, dócil, cortês etc.
           


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RAPIZIUS

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