Se sou! Não me dá calor
Hoje áspero sal ou ainda fel.
No peito cedo demais
Escaldou-se meu ovo de amor.
Amarelo da cor do caju a gema era
Fundiu-se claro com clara
E desmaiou.
Incolor apodreceu e derramou-se.
Mas já houve tempo em que fui mel.
Aprendi a amar claro o destemor
Amigo grato imposto
Ungido por línguas de fogo.
Tange-me hoje outro amor.
Importava nada que certos deles
Couros sem serventia e de vontade reles
Arrebatados fossem por um endiabrado vento
E de vez
Se revezarem no seu paladar grotesco
Que ilegitima o sossego do tempo
E de outros homens
E
Se conjuntamente tiver de ir
Partia p’ra os atiçar fresco
No sótão a pique
Fundo e refundo
Do inferno.
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