sexta-feira, 29 de abril de 2011

Poema em Silencio



Oblata à Mãi Maria      


Rendido no secado terral silencioso
Meu palpitar deslizava vacilante 
Sobre os deuses que dispõem dos seres.
Curvado no teu jazigo grandioso
Meu palpitar resvalava hesitante  
Sobre o tempo que o silencio enobrece.

Em volta dos abertos braços negros
Do lenho que Abril a lápide enlaça
Há cânticos, flores e mil segredos
Há preces ao alto Céu por ti Graça
Da Maria mãe que á luz filhos destes
Que vindos não para fenecer de “graça”.

Se na tumba imóvel jazem fervores    
Que no canto e na poesia revivificam.
Se em tua glória repousam brancores   
Que o sadio e o falso da vida lenificam.
Deste peito varão incapaz de vacilar   
Irrompe a flama para teu nome louvar.    
   Kaka barboza
Praia, 29-Abr-2011

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