MAIO MEU!
O gesto do sol,
O céu moreno,O mar apetitoso,
O traje da natureza,
Os botões de flores,
A nudez da praia,
A quentura à sombra,
Os risos, o brilho e as cores,
O ritmo dos corpos,
O vaivém dos festeiros,
Os grilos trinando,
Os Santos e pecadores
O passar das horas e dos dias
Para o outro lado da idade,
O tempo adormecido
Nos meus cabelos brancos,
O lento aproximar do fim,
Carregado de tanta ternura,
A memória de sítios idos,
De pernoitas nos braços da noite,
De luares e serenatas de amor,
Dos bilhetinhos deixados no livro,
Do acordar do dia seguinte,
Do esperar ansioso à tardinha,
O esplendor que esmaga:
São amames do teu terno ventre
Sem delírios, sem cansaço,
Sem limites, sem miragens nos olhos.
Sem fraudulência, sem hesitações.
Maio meu!
És a minha adorada esfinge.
Kaka Barboza
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