sábado, 7 de novembro de 2015

POEMAS DA AZAGUA




Água dando terra noutra terra
água coração de lama
castelos de trovão
nas margens do sequeiro
ontem pesaroso deserto.
Deixou de ser nómada
o chão raiz de sol á flor da pele.
Água trânsito da folhada
música das rochas
página do porvir
doutros cantos
doutros filhos
doutros afazeres
doutros modos
e doutros inícios.
Água textura das nuvens
disfarce das ribeiras
das pedras e dos carrapatos
Água corpo das monções do sul
que viaja a ilha noutra terra
rumo matando sede às pedras.
Água lençol de água pura
gotejos, fontes e poços
Céu invertido dançando o dondágu.
Água disfarce do oásis na face do lavrador.

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RAPIZIUS

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