O caboverdiano tem de deixar de ser carrasco de si próprio.
Aborrece-me a atitude de cabeça sem ambição e de cabeça de pobre que enferma as ilhas e muitas vezes as iniciativas dos outros, dos sonhadores e dos ambiciosos.
Li no ASemana o empreendimento para Jon d'Ebra em S. Vicente, um bom empreendimento que vai gerar muita coisa de bom para a Ilha e Mindelo. Mas os carrascos, os matadores do futuro, começam já a comentar, questionando o acesso ao lugar, o turismo interno e outras coisas aberrantes, como os impedimentos de os naturais de lá irem gastar e se divertirem no máximo. Não deixa de ser uma atitude de coitado, aquele que dorme com a cabeça por lavar, com o seu trapo, com o sovaco embutido na charneca da sua mente doentia, que só a morte é o remédio santo.
Felismente, e felizmente, há uma juventude esclarecida que já sai para muzicar na rua junto dos ouvidos moucos, que querem trabalhar, que desejam ser gente, vivendo da sua renda na su...a ilha natal e ali progredir e construir o seu futuro.
Espero que seja esta mesma juventude a fazer frente aos carrascos das iniciativas dos outros, sobretudo iniciativas que trazem valor acrescentado à vida das ilhas.
Espero que o grande empreendimento se realize e depressa, para que a cidade que me viou nascer entre numa nova dinâmica de trabalho, de rendimento, de oferta e edificação de espaços que enobrecem S.Vicente, gratificam os empreendedores, e os cidadãos de boa fé deste país.
Espero ver aviões em Cesária Évora, passageiros, taxis, gente nova, novos hábitos, vendedores, guias, casas de lazer, casas de pasto, restaurantes, ateliers de artezanato, carnaval, São Silvestre, Dia de Sâo Vicente, a movimentar dinheiro, beneficiando, também, a minha querida ilha de Santo Antão que tem muito para oferecer aos visitantes.
A minha esperança é, também, antes de morrer, ir lá conviver com o belo, desfrutar o ambiente, comer, dançar e, porque não, tocar as minhas músicas apoiado pelos belos instrumentistas de Mindelo, sem olhar para quem tem, quem não tem, cor e raça.
Não sou carrasco, nunca fui e peço aos meus admiradores e amigos que não o sejam, nunca, de ninguém e de nada... Txâ VIDA vivê... e txâ contecê!....
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