terça-feira, 14 de agosto de 2018

RAPIZIUS





                                                           
                                                                  Restaurado do Recycle.Bin


Apenas vi e li a parte que parecia cheirar a fedegosa. Mas o cujo não sabia que uso banho de eucalipto cheirosa da Serra de malagueta e cana de principal para feeling better. A minha ambição é gozar enquanto puder arpejar o Peregrino. O resto é carriçal da Ribeira de Manhanga. A menos chegasse a meia tigela os escritos desta mão esmaecida pela fraca sapiência, desta cabeça boémia, desta vocação que admira a ingratidão das palavras e seus dissabores. Amo a insubordinação aos brancos da terra e as suas vaidades, pois, a tigela jamais chegou à borda. Viciei em afastar-me. É tronco o que atrevo escrever. Palavrões de um descrente. Ruindade de um não universitário. É tronco os poemas que escrevo. É tela ruim de baixo valor como lua de galos burlões. Assim escrevo e continuarei a escrever, sem membros e sem muletas para andar. Nunca quis ser poeta. Cozinheiro, sim. Jamais seguidor de cânones instituídos. Um impostor do princípio meio e fim e da moral da estória. Talvez anotador de percursos do Peregrino e do Virgula, companheiros bondosos inseparáveis. Mas atenção senhor doutor poeta. Goze da erudição, da rede dos sábios e dos salões coloquiais. Poeta licenciado nunca, jamais. Licença para escrevinhar, tocar e compor, nunca Passaram-se vinte em cima de meio século. Tantos cálices de grogue entornados no prazer, tantas mulheres, tanto escabeche de chicharro degustado à uma da tarde na sala de jantar. Detesto bacalhau. Gostei da alcunha que a fedegosa trazia no cheiro. Sou maior vivo de todos os poetas menores. Sim, senhor poeta profissional. Aqui nas ilhas tudo é velho. Até o escaravelho é velho. Novo, apenas o falo do recém-nascido. Ontem eu contava à minha neta a história que falava de um feiticeiro muito culto que se intitulara Irã. Fazia e acontecia com seus fregueses. Em lugar de fazer o que tinha a fazer, isto é, iludir seus sectários, insistia em apoucar os outros, que, como ele, aldrabavam seus seguidores. Um dia tombou de si mesmo e o mundo do feitiço não estava lá para o amparar. No pódio dos augúrios, sob o tamarindeiro, ficaram os artefactos que interessava ninguém manusear. Valeu o axioma - daninho tem medo di danado.       





Sem comentários:

RAPIZIUS

                                                                                                         MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...