As Medalhas e o
Dia da Cultura
Briosas brilham
no peitilho do meu casaco minhas medalhas, doiro como dentes do milho da terra.
Elas são a jubilação clara duma idoneidade revalidada, talvez, pela simples condição
de meus cânticos jamais choveram desamor e hipocrisia no chão da nossa história.
Homenagear,
louvar, distinguir e condecorar, são formas patentes de exaltação da moral e da
vida de uma nação e, quem as promove executa um dever cívico e nacional. Celebrar
com decência outros homens pela dignidade dos seus feitos ou das suas obras é
um acto de cultura e de elevado sentido patriótico. Ao se elogiar e agraciar os
dignos destes símbolos está-se a dar, seguramente, um passo colossal na elevação
do espírito, da moral e da auto-estima dos homens e das mulheres da nossa terra,
está-se a conferir reputação aos cidadãos que se destacam pela lucidez e
criatividade. Outra coisa é charme político e encenação na esperança de se branquear
as chagas dos poderes instituídos.
É no
povo que reside a parte mística e a parte moral duma sociedade, é nele que devemos
inspirar para produzirmos as obras que o ajude a formar-se e a reformar-se. É formidável
a máxima: dento di alguen k’é alguen, dito
popular com conhecimento casuístico; formulação simples mas de forte e profunda
significação, dentro de cada pessoa mora o sinete configurador da sua conduta e
da sua maneira de ser e de se relacionar com os outros, é onde somos nós, em
nós mesmos.
Os nossos
camponeses, antigamente, para provarem o seu reconhecimento e gratidão para com
a pessoa prestável oferecia ovos, frango, cereais ou legumes, cabrito, bezerro
ou leitão, gesto que funcionava como tributo àquele ou àquela considerada pessoa
de bem e estimada na comunidade, ofertas tidas como distinção porque grande o
seu valor simbólico, porque plenos de afecto e de sentido humano. Quantas professores
ou professoras não receberam dos seus alunos ou dos seus pais estes pequenos
tributos em sinal de reconhecimento? Não é por acaso que no momento da declaração
de amor sincero à mulher escolhida o homem rebuscava na natureza a exacta comprovação
consubstanciada em três pés de Banana Tunga,
um para ela, um para o próprio e outro para Senhor Deus lá no céu, justamente,
bananeira, planta imperecível, útil e duradoura.
A pessoa
bem notada é aquela que enxerga o valor das coisas, dos homens, dos animais e
das plantas, caso contrário não passa de um desatilado que consegue jamais avaliar
o chão do seu tacão quanto mais avistar o tempo, o momento e o ambiente que o
rodeia.
Sabiam que dagúma
significa: afável, gentil, dócil, cortês etc.
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