POEMA AO BAIRRO SANTO
Onde cada madrugada é hálito á janela;
É na lâmpada dos sentires refreados
Como a cabra ruminando plástico;
É na abóboda do céu-da-boca aos brados
Onde emerge os momentos dramáticos;
É no ponderado correndo pelo sarcasmo
Como ondas na proa duma caravela;
É no dito a revolutear no pico da língua
Como graus no giratório duma bússola;
É na calva vidraça do mês do marasmo
Onde cada estultice é uma corruptela;
Que os versos se convertem em poesia
Como caos se tornou no éden de lobos.
Oh! Quão inútil António é algo achado
Em perdidos e achados tão desregrado Que desempolga o cultivador extenuado.
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