domingo, 26 de abril de 2015

RAPIZIUS

 
 
Achei interessante e inédito o facto de a apresentação do meu livro Gaveta Branca não ter sido badalado nos programas da TV, Radio e dois outros jornais da praça, a Semana e a Nação. Pois, claro, o poeta e o livro existem desafectados da propaganda, das mordomias, dos favores, tapetes vermelhos, vossas excelências etc. etc.
Mas o 24 de Abril, Dia da apresentação do livro - Gaveta Branca - , foi magnífico, tinha jovens e crianças, mais do que isso estavam amigos e amantes da poesia e do livro e da literatura.
Não houve registo fotográfico, assim como ninguém registou o momento da criação poética dentro da gaveta, sua morada.
Ecoa como sinfonia meteórica o pronunciamento da Professora Drª Catarina Cardoso, o bastante, que montado no cavalo da palavra penetrou no labirinto, refúgio do feiticeiro, para no solo que o ampara divisar o altar da cegueira luminosa onde se curva o poeta para navegar e estabelecer pontos, jungir pontas e sonhar pontes para alcançar a outra margem das verdades da VERDADE que a sua experiencia imaginativa propõe trazer para a folha em branco.
Dizia o grande ensaísta, poeta e critico literário, figura cimeira das letras portuguesas - Prof Eduardo Lourenço - "que todos os enigmas são enigmas do homem. logo, o homem é a resposta de todos os enigmas, coisa que édipo sabia".
Pois, Gaveta Branca, sendo enigma, "foi a forma de não haver outra forma de o poeta criar o enigma da poesia ou seja a resposta para o que procura" ( Eduardo Lourenço).
Se antes eu já tinha escrito que; o livro é como uma estrada construída por etapas, ele é, de todo o modo, uma calçada portadora de um esplendor que nos pertence, porém, nem sempre conseguimos usufruir a totalidade da luz que emana, porque nos colocamos á margem dela.
Gaveta Branca é e continuará a ser um enigma, um mito, um enfeitiçamento ao serviço do poeta e não o contrário ou se seja não está o poeta ao seu serviço. Ela é ela mesma na sua continuidade.
Assim sendo, além da apropriação dos meandros dos textos que corporizam Gaveta Branca, os apresentadores impulsionados pela curiosidade em desvendar os caminhos da luz e da voz, encontraram afinidades e ecos de grandes vultos do pensamento filosófico e poético reflectidos na gaveta do espírito do poeta, morador no lugar comum dos homens, ilha seu mundo mais particular, donde parte para sondar no inatingível o logos da ciência e da existência da alma.
kb.

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RAPIZIUS

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