Morreu o Comandante - JOÃO JOSÉ LOPES DA SILVA - a 15 de
Janeiro de 2015, Dia das Forças Armadas de Cabo Verde, o destemido JJ, o
guerrilheiro Professor de Matemática, que nas matas da Guiné-Bissau, juntamente
com os seus companheiros, deu o seu contributo valioso para a libertação da
Guiné e Cabo Verde.
Quando ele chegou a São Vicente, onde eu era militante de
base do PAIGC, fui conhecê-lo na sede do partido e estavam juntos, Jota Jota,
Tchifon e Toi de Suna. O Jota mais o Tchifom traziam consigo a fama de
destemidos, o misticismo do guerrilheiro que fustigava as hostes inimigas com
as suas armas, mas sobretudo o
guerrilheiro convicto de que cada “ bala disparada ó mãe, e sacrifício de nos
vida, no ta fazel na certeza que un dia no ta ser feliz” – letra de Abilio
Duarte, outro ilustre combatente.
Certa vez estava um barco á descarregar milho a granel em
São Vicente e os estivadores recusaram-se trabalhar por considerarem milho
carga suja, ou seja, o salário hora devia comportar mais 50% do valor quando se
tratava de carga que produzia resíduos tóxicos. Eu estava nos Sindicatos. A
reunião com os estivadores não estava sendo fácil e estavam renitentes. No
entanto chegou o Jota Jota e começou a falar com os trabalhadores. As coisas
não corriam bem, mas o Jota Jota insistia que devíamos todos aceitar o
sacrifício que a terra exigia porque não havia dinheiro na altura para as
reivindicações, sendo a carga um donativo ao povo de Cabo Verde. Foi então que
Jota Jota subiu na carroçaria de uma carrinha tirou a camisa e mostrou aos
presentes a ferida no peito e nas costas provocado pelas balas da guerra
colonial. E aconteceu. Os mais conscientes aceitaram trabalhar e o resto não.
No segundo período os militares das FARP, mais os estivadores mobilizados
pegaram no trabalho até o fim da descarga.
Tal era a minha admiração por este combatente, pelo Comandante, pelo melhor aluno da matemática no seu tempo de liceu e na Universidade onde estudou, o militante convicto e o Presidente a ACOLP com quem trabalhei os últimos tempos da sua vida na concepção do guião de transformação da ACOLP numa entidade respeitada e mais visível aos olhos da juventude e da sociedade caboverdiana. Morreu o combatente ficou a glória dos seus feitos.
Tal era a minha admiração por este combatente, pelo Comandante, pelo melhor aluno da matemática no seu tempo de liceu e na Universidade onde estudou, o militante convicto e o Presidente a ACOLP com quem trabalhei os últimos tempos da sua vida na concepção do guião de transformação da ACOLP numa entidade respeitada e mais visível aos olhos da juventude e da sociedade caboverdiana. Morreu o combatente ficou a glória dos seus feitos.
Que aluz supernal o faça brilhar na constelação dos grandes
vultos da nossa história. Haja glória e respeito aos nossos mortos veneráveis.
Paz à sua alma.
Paz à sua alma.
Sem comentários:
Enviar um comentário