quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

DOIS CASOS DE AMOR


     AMOR POEMADO

 
Quero, hoje, voar o destino
Na mais secreta asa do sonho
Pleno do teu corpo desnudo
No lençol flanela do momento.
Quero, hoje, voar o desejo
No mais airoso leito do amor
Pleno do frenesi do teu beijo
Ontem á janela botão de flor.
Quão fértil e totalmente belo
É ver transitar sobre a pele
O gesto canela dos teus lábios
Ungidos de deliciáveis labelos.
Quão fértil é sondar teu corpo
Inegavelmente desenroupado
E não deixar fugir uma só gota
Do santo suco que dele brota.
Ó d’oiro cálice do vinho amante!
Ó gosto canela corado de laivos
Do mel salsa marejado de suor!
Ó sólida fonte da água bramante
Dá-me a sorte de ser eu o falcão  
Solto nos ais dos teus segredos.
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OLHAR CRUZADO

Como um pássaro receoso
Estavas à janela da noite
Quando meus olhos viram os teus.
Logo voei no sonho de querer saber
A cor do céu que em ti existe.
Asa de vidro saí à tua procura.
Eramos dois pássaros  
No doce vogar da noite
Em tímidos voos em redor da janela.   
Logo virou minha a tua e tua a minha.
Parecias tudo o que eu sempre quis
A mão de querer no meu ombro
O rio da vida no meu sangue
Dei-te outro nome e um lugar
No mais belo que o sentimento tem.
Lavuska! Olhar cruzado
De dois pássaros à janela.
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RAPIZIUS

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