MINHAS AMIZADES COM DIAHO
As pessoas podem interpretar isso de formas diferentes. Para
mim é caso de amizade constante. É atracção salutar. É dedicação mútua. É
assim. Quando pela noite dentro escrevinho no maço de papel de rascunho as ideias
centrais de um poema ou de uma canção, o recolhimento apodera-se de mim, caio
em silêncio absoluto. O cenário é de meia-luz. Passados instantes, sinto o aproximar
de uma comparência do jeito para não ser sentido no imediato. O clima é de
bem-estar. Estas visitas têm muito a ver com atraimento aliciante. Vêem brilhos.
Prefiro dizer faróis. A maioria dos pecadores acredita em má assistência. Mas,
não. É uma forma de convívio. Não no sentido de o indivíduo ser induzido a
cometer coisas absurdas em obediência àquilo que o visitante quer que se faça, quer
dizer, ceder a seus desejos levando o visitado a se esquecer de si mesmo. Nada
disso. Há uma espécie de fusão de propósitos, tipo rendez-vous gerador de fortes
doses de altruísmo dentro do indivíduo que o torna citadino do ambiente criado
a sua volta em que o tempo não importa e nem tão pouco o que se vive no momento.
A sensação é de ente solitário. A fronte, quer dizer os olhos fixam-se numa candência
com o corpo a girar em torno de si mesmo sem sentido definido. O certo é que a
sensação é de bem-estar; é de tranquilidade num ambiente cujas visões tocam nos
seus limites, sendo cada momento é o nascimento fantástico de um motivo e a morte
instantânea de factos inéditos.
Antes de me afastar do paraíso de Deus, que ao tempo cria
que era bom de mais, mas que parecia não se importar comigo não obstante as marcas
deixadas pela educação religiosa que não me trouxe nenhuma claridade, tudo parecia
estar bem diante da resignação e da submissão ao temor a Deus, o que não dava espaço
à fuga. Sim, escape para se alcançar outros limites. Foi assim que rejeitei e
soltar-me do antes, até que em uma noite, sem pensar, ELE acercou-se de mim, visivelmente
bem-humorado e amistoso, confidenciando-me: - doravante provarás a nossa
amizade. Respondi: - que coisa fantástica! Acreditei. Mas, não fizemos acordos
nenhuns e nem nos tornamos manipulador um do outro. Vinha quando quisesse e ia
sem alarido. Jamais tive pesadelos nem tão pouco perturbações. Em determinado
momento, perguntei pra mim mesmo: quem me está acompanhando! Sabendo que o meu relacionamento
com ELE era impecável. Vinha e fazia-me sentir totalmente solto e criativo, sem
precisar de recorrer a orações e a dogmatismos ignorantes. As provas estavam no
que escrevia e no que compunha. Estava muito claro de que a nossa amizade era
para valer.
São três e trinta da manhã, momento em que eu estou a ultimar
o texto, acabo de verificar a retirada d’ELE, não de um estranho metediço, mas de
um amigo que inunda meu corpo de serenidade e minh’alma de luz. Sinto-me desprendido
e optimista. Adormeci, relendo este belo testemunho intitulado: Minhas Amizades
com Diaho.