Restaurado do Recycle.Bin
Apenas vi e li a parte que parecia cheirar a fedegosa. Mas o
cujo não sabia que uso banho de eucalipto cheirosa da Serra de malagueta e cana
de principal para feeling better. A minha ambição é gozar enquanto puder
arpejar o Peregrino. O resto é carriçal da Ribeira de Manhanga. A menos
chegasse a meia tigela os escritos desta mão esmaecida pela fraca sapiência, desta
cabeça boémia, desta vocação que admira a ingratidão das palavras e seus
dissabores. Amo a insubordinação aos brancos da terra e as suas vaidades, pois,
a tigela jamais chegou à borda. Viciei em afastar-me. É tronco o que atrevo escrever.
Palavrões de um descrente. Ruindade de um não universitário. É tronco os poemas
que escrevo. É tela ruim de baixo valor como lua de galos burlões. Assim
escrevo e continuarei a escrever, sem membros e sem muletas para andar. Nunca
quis ser poeta. Cozinheiro, sim. Jamais seguidor de cânones instituídos. Um
impostor do princípio meio e fim e da moral da estória. Talvez anotador de
percursos do Peregrino e do Virgula, companheiros bondosos inseparáveis. Mas
atenção senhor doutor poeta. Goze da erudição, da rede dos sábios e dos salões
coloquiais. Poeta licenciado nunca, jamais. Licença para escrevinhar, tocar e
compor, nunca Passaram-se vinte em cima de meio século. Tantos cálices de
grogue entornados no prazer, tantas mulheres, tanto escabeche de chicharro degustado
à uma da tarde na sala de jantar. Detesto bacalhau. Gostei da alcunha que a
fedegosa trazia no cheiro. Sou maior vivo de todos os poetas menores. Sim,
senhor poeta profissional. Aqui nas ilhas tudo é velho. Até o escaravelho é
velho. Novo, apenas o falo do recém-nascido. Ontem eu contava à minha neta a história
que falava de um feiticeiro muito culto que se intitulara Irã. Fazia e
acontecia com seus fregueses. Em lugar de fazer o que tinha a fazer, isto é, iludir
seus sectários, insistia em apoucar os outros, que, como ele, aldrabavam seus
seguidores. Um dia tombou de si mesmo e o mundo do feitiço não estava lá para o
amparar. No pódio dos augúrios, sob o tamarindeiro, ficaram os artefactos que
interessava ninguém manusear. Valeu o axioma - daninho tem medo di danado.
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