domingo, 30 de março de 2008
Fim de Março
quinta-feira, 27 de março de 2008
Poesia na Lua 3
A flor gingava alaranjando a fama
Vibrando no rebento da sua idade
Não admirava a divinal dádiva sua
Que pura vivia no encanto da fada
Pés de seus ritmos tocavam leais
As caras sinceras da calçada lisa
De olhar cravado no céu da carne
Pescando intangível o doce odor
A mulata enchida de si e enfunada
Doida ansiava a hora e o momento
Que peneiras suas fossem vencidas
Lisonjeadas por oferendas e adornos
Errando a bonina sua ansiosa e ávida
Sonhando com os sentidos excitados
Retalhos de um Conto
Não aguentei mais sentado ao lado dela. Pedi licença, e refugiei-me no meu quarto. Aquela noite parecia ter ficado inchada com o esmiuçar do assunto, mas não conseguia tirar da minha cabeça o gozo e o encanto do encontro tido com a menina dos meus sonhos. Sondava, porém, no silêncio, o vozear da minha mãe lá dentro, sendo que o meu regozijo roubava uma parte da sua impetuosidade e significação do que ouvia.
Da porta de batentes, entreaberta, vinham na fresquidão cânticos de cigarras e o estrilar de grilos, autênticos bálsamos que não se atrasaram em despachar para a sonolência os meus cinco sentidos.»
No dia seguinte, mesmo antes do café da manhã, de papel e lapiseira na mão, tentava, tentava, mas não conseguia me lembrar da metade do que na noite anterior planejei escrever. Tempo em que rabiscava o papel à minha frente, senti alguém bater á porta. Quis saber. Uma moça entregou-me um envelope, afstando-se de seguida, correndo que nem um pardal em fuga.
Pôxa! Nunca a minha cabeça viu-se tão despida de miolo. Parecia rolar: ladeira-riba, ladeira-baixo, enovelado em um passado que insistia em estar sempre presente. Não perdi a cabeça, mas dentro parecia não ter limites. Olhei para fora, e saí. Do pessegueiro, em parafuso, folhas caducas caíam uma atrás da outra como quem desmantelava a razão de viver. Entrei. Sentei-me na borda da cama. Da carteira tirei o papelinho já com sinais de desgaste. Enquanto o lia, relacionava o conteúdo com o que tinha sido dito pela “botadera de sorte” no dia em que nos topamos.
Pôxa! Nunca a minha cabeça viu-se tão despida de miolo, rolando ladeira-riba, ladeira-baixo… só por causa do meu amor pela Jóia. Terá salvação o meu amor por ela?
quarta-feira, 26 de março de 2008
Duas Finatas à MulherCV
Tenba mudjer árvi di grasa di tudu instanti
Furfuridu na ventu y na sol ratxadu sofredu
El fonti di seiva pa nasenti di vida konstanti
Ki satadja y rabida sen konta na fiu di medu
Rasguardu-l stória y di txeu rumoris distanti
Pó, sustentu palavra grandis fidjus y netus
Si don ki da mondon é mudjer forja-l distinu
Si verdi da verdianu nton el k’é dornu ninhu
Dadu pa tudu kondison di natureza el é parti
Na sirbintia di tudu partu ki finkadu gerason
Odju di kantu situason n'el postu pa raparti
Si korpu na krer na dizeju segu-l Sinhor Don
Disputadu na tabanka lotiadu na rota grandi
Sima ki el é praga ki marka dor na tudu txon
Skrava é konxa-l mimória ki boia na tenporal
Mudjer é mai ki da téra fidju-l Téra pa toma-l
À Mulher CaboVerdiana
Marcas da Lusofonia
segunda-feira, 24 de março de 2008
Poesia na Lua 2
SONHETO
Ela trazia nas ruas das suas rugas
Segredos que duravam a sua fuga
Bebia e fumava e depois se seduzia
Nas silhuetas do fôlego que expelia
Do seu amor-próprio caíam desejos
Rolando em bolas de flor sedentas
Curiosas abrindo-se em falsolfejos
Febris e doentias as suas crenças
Caiu o véu e o dedo vagou o interior
Húmido acudia não o cheiro dantes
Mas o vício preso na ruga dos dados
Na montra as narinas miravam o pior
Farejando curiosas os odores andantes
Sonhando com os sentidos excitados
domingo, 23 de março de 2008
Poesia para Gato Dormir
Poesia Escancarada
POEMA DO LIVRO CHÃOTERRA MAIAMO
Todas as manhãs
a fome mata a boca do pão
e na barriga da vida morre.
Quebrar o jejum
é sono embalado de toda a fome
igualmente para todo o homem.
Matando a morte em nome da fome
o homem é cada vez mais sem nome
Há fome
mais viva que a vida numa barriga
e há fome
que é hábito ou prazer da comida
e ainda há fome
que é óbito sem nome e sem guarida.
Quem morrerá... pela morte da fome
em nome do homem?
(Kb)
sábado, 22 de março de 2008
Oração Depois da Pascoa
Senhor, dê-me serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as coisas que não posso aceitar e a sabedoria para esconder os corpos daquelas pessoas que eu tive que matar por estarem me enchendo o saco.
Também, me ajude a ser cuidadoso com os calos em que piso hoje, pois eles podem estar conectados aos sacos que terei que puxar amanhã.
E... Ajude-me sempre a lembrar, quando estiver tendo um dia realmente ruim e todos parecerem estar me enchendo o saco, que são necessários 42 músculos para socar alguém e apenas 04 para estender meu dedo médio mandá-lo para aquele lugar...
Que assim seja!!! (Plágio)
PingoFalas do Ti Té
Ô, meu amigo, Cerveja bem, Campari as coisas e champanhe meu raciocínio: A vida é Drurys, mas dá muitas vodkas. Eu vinho de longe, só com um ponche nos ombros, estava kaiser desanimando, mas encontrei uma caipirinha ao passear no chopp, e me amaretto nela. Seu nome é Natasha, e apesar de já ter 51, estou vivendo uma paixão aguardente. Por isso repito: Cer veja bem, nem tudo é rum, e sempre pinga alcóol de bom.
"Antarticamente, eu tinha um amigo que só vivia em Kaiser. O cara em Brahmava pra cá, e Brahmava prá lá, o cara vivia nesse Martínio, acabou tendo um Bacardíaco, e não aproveitou nada do que a vida tinha de Bells. Eu concordo Contini que a vida é Drury's, pois é, mas o mundo dá Vodka's pra caramba.
Vantagens de Ser Pobre
1. É SIMPLES! Você não perde seu precioso tempo com grandes sonhos. Contenta-se com um sonho de padaria, um sonho de valsa.
sexta-feira, 21 de março de 2008
O Dia da Poesia
(Do livro ChãoTerra Maiamo - este poema )
(Kaka Barboza)
No pelado ocre deste meu naco de terra batida
num dito espaço e na minha sombra enjeitei-me
escapulindo-me inédito duma tentativa perdida
No dorso rugoso que duvido seja um apanágio
minha dura sorte cavalgo só e silenciosamente.
Filho de um dia de maio inscrito no calendário
Nas cruzes do tempo cravaram-se meus contornos
com crivos de aço moldados em anilhas de azeviche
emergi probalidade nova sumo da prova dos noves
No fogo ardente do amor que o cio materno gerou
já vinha no angélico feto, a sigla, a sina ou a sorte
e da nuvem branca uma vontade ímpar se destilou
E surgi do reino dos espíritos cavalgando sonhos
antigos sonhos de todos nós e dos nossos avós:
Senhores, Escravos e Morgados. Todos, homens
Densos e compridos sopros das redondas narinas
livres ao vento misturavam-se com o odor da ilha
deixando nas derivantes sinais de peugadas finas
No horizonte de muitas milhas oscilava a tangência
no equilíbrio imaginário do céu sobre a linha do mar
nítida a percepção tracejou o perfil da consciência
Todos os ditames se elevaram citando-me mil vezes
e jamais me rendi nem no tom da voz, nem no gesto
nem no perfil da pena. Antes a dor e seus prazeres
Sou no universo das criaturas um grão de orvalho
que na sedenta teimosia deste calvário saheliano
conheceu jamais o olhar comovente dum pássaro
Ambulando odores, sonhos e de Peregrino em punho
cortejo a vida e penetro nos olhares ternos do amor
cavalgo luzes e amputo o silêncio do seu peso bruto
Oh sonhos! Oh Juventude premiada de maravilhas
etapa de sinais frenéticos, eróticos e fulgurantes
vivos sempre vivos porque cintilam como estrelas
Oh inocência! Oh minha aberta inocência! Humana:
botão aberto puro na verdade pura da vida, virgem
de sorriso franco e compartilhados logo pela manhã
Oh vida! Este irrequieto protelar constante da morte
esta proposta maluca de aprendizagem prolongada
este vício de descoberta. Este simulado nó da sorte.
Oh sensibilidade! Oh sentir agudo, rubro e diverso!
esta vaga que me toca e suavemente me transporta
inteirinho e sem ambiguidades pelo magno universo
Oh luz plena e original! Julga! Oh densa verdade!
Purifica os vínculos e os gestos do Sim e do Não
salda-lhes a penhora e devolve-lhes a autenticidade
Oh Força interior! Oh energética nascente da alma!
germe que não pára de exercitar e gerar a ousadia
revivendo e remando em pegajosos trilhos de lama
Oh incógnito! Oh inédito! Oh vindoura expectativa!
escolhe o alívio para este pedaço e coloca a semente
reprodutiva do ónus que me dá o benefício da dúvida
Oh poesia! Oh dimensão divina! És o olhar pioneiro
a vergar-me o erecto pelo diafragma até aos joelhos
a averbar-me no tino o marco e a sina de curandeiro
Oh Pátria! Oh ventre umbilical! Chão Terra MaiAmo
és a minha gratabundância na demasia do mundo
no teu colo deixo ancorado este grito Kau-Verdiano
Palavra dos Outros
Então a partir de agora, segundo o Vaticano, existem novos 7 pecados capitais (numa tradução livre):
1. Violações biológicas, como clonar alguém ou controle de natalidade.
2. Moralmente duvidosos, como pesquisa de células tronco.
3. Abuso de drogas.
4. Poluir o meio ambiente.
5. Contribuir para a grande divisão entre ricos e pobres.
6. Ser muito rico.
7. Criar pobreza.
A lista foi divulgada depois que o Papa Bento 16 denunciou a "queda do sentimento de pecado no mundo secularizado", em meio à redução no número de católicos que praticam a confissão.
Os novos pecados capitais - merecedores de condenação segundo a Igreja Católica - serão agregados aos anteriores: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça.
Mas reparem que nesta nova invenção, faltou um grande pecado que não foi considerado pelo Papa.
terça-feira, 18 de março de 2008
BANA SEMPRE BANA
BANA é o maior interprete de todos os tempos da morna e coladera.
Adriano Gonçalves, Bana, nasceu no Mindelo, Ilha de S. Vicente Cabo Verde em 5 de Março de 1932.Oriundo de uma família humilde, ele fazia parte dos adolescentes que sonhavam com novos horizontes, porque na época a ambição de qualquer jovem seria o de um dia poder emigrar e arranjar colocação no estrangeiro.
De retorno a Portugal em 1974, constitui-se um novo grupo no Conjunto Voz de Cabo Verde aumentando em número os seus elementos e os instrumentos até então utilizados.Constata-se então uma explosão e amadurecimento a nível profissional, através das experiências adquiridas.Bana expande-se numa carreira profissional de grande prestigio o que lhe leva a consumar uma nova aspiração; ou seja o inicio de uma breve experiência na Indústria discográfica Portuguesa começando assim a produzir os seus próprios trabalhos discográficos com êxito, adquirindo 38 registos discográficos (CD's). Entre as gravações discográficas é convidado a participar em filmes que na época estreou em algumas partes da Europa nomeadamente: Holanda, Alemanha, Itália, França etc., culminando assim a sua popularidade.
EmDuas Palavra
Em Boas Palavras
EmCurtasPalavra
domingo, 16 de março de 2008
EmDuas Palavra
RAPIZIUS
MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...
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FUNANBÁ TEM PATERNIDADE SIM Em Agosto de 1974, parti de Mindelo, para a República da Guiné-Bissau, via Sal, e duas horas e tal mais tarde so...
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Num Adeus a Agosto Senti música Em gotas de chuva Múltiplos ritmos Caindo dos beirais Sonidos que dançam Coraçõe...