domingo, 16 de fevereiro de 2014

Floris d'Ibyago

A VENTILAÇÃO QUE CONTUNDE

 
Sotavento a Barlavento
De Tope da Coroa a Pico do Fogo
Vento lixa, tempo drama
Soprar que desventra o tempo
E o revira corcel bravo
De atrofiar o céu, o sol e o dia.
 
Sotavento a Barlavento,
De Tope da Coroa a Pico do Fogo
Tempo lixo, vento trauma  
Suflar que baralha o momento
E o vira soprar revirado
De afundir o itinerário à deriva. 
 
Sotavento a Barlavento
De Tope da Coroa a Pico do Fogo
Vento sujo, tempo infâmia 
Soprar que dissona o sossego
E o revira asno transviado   
De atordoar o pavio da vida.
 
Sotavento a Barlavento
A ventilação que contunde.

 
Kaká Barboza

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Floris d'Ibyago

ADELCE

 
Qual umbral maravilha  
Que meu riso transpôs
Antes de hoje à tardinha!

Qual detrás da entrança
Portal de cotovelo tosco    
De desventrada vidraça!
 
Por agarramento ao denodo
Honra é peste tormentosa  
Por mais se arme o fogo posto.
 
Por entornamento do modo
Decência é febre portentosa
Por mais prezado seja o gosto.
 
Qual portão de vaivém
Que ingresso languidesce! 
Qual palco de milhafres!
 
Pior que tudo isso, Adelce!
É o harém do teu desdém
Este palácio que encobres.

 
      Kaká Barboza   

 

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

ORLANDA AMARILIS


 
 
 
 

                         (Jornal a Semana)
Lisboa: Corpo de escritora Orlanda Amarilis
cremado hoje 03 Fevereiro 2014
 O funeral da escritora cabo-verdiana Orlanda Amarilis realiza-se segunda feira e o seu corpo será cremado, informou ao semana online a família revelando que as cinzas ficam no jazigo onde está o seu marido e um filho.
 Lisboa: Corpo de escritora Orlanda Amarilis cremado hoje. 
Orlanda Amarilis Lopes Rodrigues Fernandes Ferreira, 89 anos de idade, era natural da Assomada, Concelho de Santa Catarina. A autora era casada com o célebre escritor Manuel Ferreira e era filha do investigador Armando Napoleão Fernandes autor do primeiro Dicionário Crioulo Português. Teve dois filho.
 
A viver em Portugal desde os meados dos anos 1950, a escritora, Orlanda Amarilis, pertenceu ao movimento literário Certeza (1944), revista que depois da Claridade marcou um momento significativo na vida cultural cabo-verdiana.
 Como ficcionista, colaborou em várias revistas, nomeadamente Colóquio/Letras, Africa, Loreto 13 da Associação Portuguesa de Autores, está representada em várias antologias. Publicou vários livros de contos, nomeadamente, “Cais de Sodré Té Salamansa” (1974), “Ilhéu dos Pássaros” (1983) e “A Casa dos Mastros” (1989). Contos seus foram traduzidos para o russo, húngaro e holandês.
 
Escritora de talento e ficcionista de grande qualidade literária, o seu trabalho foi reconhecido por críticos portugueses como Jacinto Pedro Coelho, Duarte Faria, Fernando Assis Pacheco, Casimiro de Brito, Pires de Laranjeira entre outros. Deixa o filho Sérgio Ferreira e esposa, a neta Andreia e restante família enlutada.
OL

RAPIZIUS

                                                                                                         MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...