domingo, 25 de setembro de 2011

O Amigo Disse por Mim



25 Set, 00:15h

Crónicas da Inquietação

ATÉ SEMPRE, ARISTIDES!

Andando pelas ruas, falando com o povo, percebendo o seu ser mais profundo – ali onde ele habita e não nas esplanadas pejadas de “políticos de bancada” -, podemos perceber a dimensão humana desse homem que há poucos dias nos deixou. Refiro-me a Aristides Pereira, uma personalidade que marca indelevelmente a vida política de Cabo Verde e do continente africano.

É um desses raros exemplos de coerência, simplicidade, honradez e dignidade que podemos encontrar na História da Humanidade. O seu corpo frágil transportava um homem que soube estar à altura do seu tempo e interpretar os ventos da História.

Os seus detractores, com o simplismo alarve de quem não vê para além do seu pequeno mundo, poderão sempre – e têm-no feito – atirar-lhe com a lama do partido único e dos injustificáveis anos da ditadura, conquanto alguns deles fossem, à época, os mais ferozes algozes, os mais seguidistas militantes, os mais abjectos perseguidores de opositores…

Aristides Pereira viveu numa época complexa, num pós Segunda Guerra Mundial onde a partilha do Mundo era dividida a meio entre “libertadores” de leste e oeste. Uma época marcada pelos “ismos” e a geoestratégia desenhada a régua e esquadro. No entanto, no pós-independência soube manter equidistância, desenhando uma estratégia internacional de afirmação de Cabo Verde como país independente, extirpando o drama das fomes endémicas do regime colonial e garantindo o essencial para a subsistência do povo de um Estado-Nação em que poucos acreditavam.

De igual modo, é reconhecida a elegância com que sempre tratou os adversários, não alimentando rancores e pautando a sua vida pela humildade e simplicidade. Não fez fortuna, apesar de ter estado 15 anos no poder. E soube retirar-se com dignidade quando percebeu que os ventos da História não lhe eram favoráveis e a sua visão do mundo havia sido derrotada pela dinâmica social.

Depois de Amílcar Cabral, é a grande referência da luta contra o colonialismo e da independência de Cabo Verde, mas também da ética na política, do primado dos ideais sobre os interesses mesquinhos do poder pelo poder. E é por isso que, para os cabo-verdianos - desde companheiros de partido a adversários políticos -, é uma figura indiscutível da História e da mundivivência de Cabo Verde.

Terá sempre a manchá-lo os 15 anos de partido único, é verdade. Mas se analisarmos a História com objectividade e sem paixões mesquinhas, perceberemos que, de algum modo, Aristides Pereira foi refém de uma época em que o Mundo parecia mover-se a dois tempos e onde não sobrava muito espaço para grandes ousadias. Fez o que soube e pôde e, no momento certo, soube retirar-se com a dignidade reservada às grandes figuras. O que é de difícil compreensão para figurinhas e figurões…

Aristides Pereira foi um dos heróis africanos da minha adolescência, juntamente com Amílcar, Luís Cabral – que conheci e com quem convivi algumas vezes -, Mandela, Mondlane, Samora – que também conheci pessoalmente -, Steve Biko…

Foram figuras de referência, entre outras, para o meu crescimento como homem e cidadão. Se ainda penso como então? Claro que não, mas continuo a ver em todos eles uma janela de esperança na verdade e na autenticidade da política, de prevalência dos ideais sobre os mesquinhos interesses pessoais!

ANTÓNIO ALTE PINHO
jornalista
privado.apinho@gmail.com

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Coisas do Guita

Três irmãs, de 90, 88 e 86 anos de idade viviam na mesma casa.****




Uma noite, a de 90 começa a encher a banheira para tomar banho; põe um pé

dentro da banheira, faz uma pausa e grita:

- Alguém sabe se eu estava entrando ou saindo da banheira?

A irmã de 88 responde:

- Não sei, já subo aí para ver!

Começa a subir as escadas, faz uma pausa, e grita:

- Eu estava subindo as escadas, ou descendo?

A irmã caçula, de 86, estava na cozinha tomando chá e escutando suas irmãs,

balança a cabeça e pensa:

-"Que coisa mais triste! Espero nunca ficar assim tão esquecida".

Prevenida, bate três vezes na madeira da mesa, e logo responde:

- Já vou ajudá-las, antes vou ver quem está batendo na porta.

Agora fiquei com medo!

Eu estou enviando este e-mail ou recebendo?

sábado, 17 de setembro de 2011

Téra de Aberações - De Poder em Poder

Foto da esplanada da praça central da Praia, Alexandre Albuquerque
que virou Amilcar Cabral e que revirou Alexandre Albuquerque.

O que está a matar a nossa terra aos bocadinhos é essa coisa de cada poder que sobe ao poder nas Câmaras Municipais mandar pintar os seus feitos com as cores que julgam ser do seu partido para darem a entender que as obras lhes pertence e que fizeram um grande favor à cidade e às pessoas que pagam impostos, mostrando que o seu dinheiro está bem gasto. Porra que coisa! 

Mas a coisa vai ainda mais longe. As empresas que ganham os concursos de concessão são sempre aquelas que apoiaram as campanhas ou meteram dinheiro ou ainda combinaram repartir lucros de exploração, quando os chefes não são donos ou sócios.

Claro que o "decorador" em conluio com o dono da obra (estado neste caso) manda vir mobiliários de cor condizente, assim como as paredes e os uniformes para o pessoal, coisa muito bem planificada. Aconteceu com a anterior Câmara e agora com a do Ulisses Silva (MpD). 

Porra! Mindelact é em Sâo Vicente. Concorram! Porra! Terra do caraças. Olha só. "Vida cultural ao Platô", "atração turística", "requalificação da praça A.A" emfim devolver Riba Praia um património (antigo) e sempre desejado por todos. Claro que está tudo claro.

Poema para Longe

Foto de Xan Conceição na Lusófona


Quando vires não estarei

Minha retirada já ensaiei

Para onde ainda não sei

É meta que nunca sonhei.

Talvez no voo de arrasar

Montado cego todo no ar

A deambular sem parar

Até outro qualquer lugar.

Quiçá na face de uma flor

Ou na borda dum plangor

Onde tudo é imprevisto

Onde mora o sem motivo.

Onde a ida deixa sua luz

Onde Ela, Diabo e Ele

Mais eu na mesma cruz

Duramos de cravo na pele.

Coisas do Guita

Eu disse a ela: “Posso não ser rico, não ter dinheiro ou condomínio ou

carros ou empresas como o meu amigo John… mas amo-te e adoro-te”.

Ela olhou-me, com lágrimas saindo dos seus olhos e abraçou-me como se

não existisse o amanhã e disse bem baixinho no meu ouvido: “Se me

amas, apresenta-me o John…”

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Coisas do Guita

JUDEU A CONVERSAR COM DEUS PELO TLM NO MURO DAS LAMENTAÇÕES





Judeu: Deus?

Deus: Sim!

Judeu: Eu posso lhe perguntar algo?

Deus: Claro, meu filho!

Judeu: O que é um milhão de anos para você?

Deus: Um segundo.

Judeu: E um milhão de dólares?

Deus: Um centavo.

Judeu: Deus, você pode me dar um centavo?

Deus: Espere um segundo...

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Quem lê com atenção os comentários que os liberais democratas cristãos fazem nos jornais online da praça facilmente enxerga o calibre das vísceras que possuem dentro, facilmente deduzirá que não nos comparamos de modo nenhum. 
Quem se alimenta do vil é pior que víbora, é Sujo fingindo-se gente.



Téra de Aberações – Da ignorância à Inoperância



Era sábado de manhã na cidade de Milton – Mass. – USA -. Estávamos na garagem a arrumar coisas eu e o meu cunhado enquanto um som distinto e agradável aproximava-se do lugar. Questionei. O meu cunhado respondeu: Queres gelado. É o ding-dong. Carrinho dos gelados. Aos fins-de-semana passa para servir a meninada do bairro.

Lentamente o som da viatura esboroava-se na distância sem aborrecer ninguém. Ali é uma zona pacata. Ninguém incomoda o outro com música, barulho, vozearia, enfim selvajaria. Acontecendo, o incomodado avisa a polícia. Claro que ali a cidade, as regras e as autoridades funcionam.

Aqui, lamentavelmente, no meu bairro, em casa, nas esplanadas, nos parques, nas ruas e mercados, no trabalho, quem repousa, quem se diverte com amigos ou estiver concentrado em seus afazeres é confrontado com a brutal sonoridade gerada pelos veículos de propaganda que fazem das ruas, dos bairros o local de despejo dos anúncios aparvalhados, pedindo comparência do povão nas paródias musicais e outras extravagâncias de fins de semana. É o culto do barulho na rua. Já tinha dito isto. Aqui á rua não é espaço de lazer. É rua no olho da rua. Porque não usar a TV, folhetos e a Rádio? Porquê esta forma bárbara de difusão de eventos e paródias musicais?

Claro que a Câmara autoriza. Mas a Câmara autoriza tudo e mais alguma coisa. Todo o espaço que aparece é para os quiosques que começam em refrigerantes e acabam em cervejas e grogues e confecção de bafas e batizado com vozearia e música ferrenha até altas horas da noite.

Claro que os cidadãos, cidadãos não, as pessoas não merecem respeito algum porque calam-se.

Claro que elas são tidas por alimárias, alimárias a nutrir-se deste tipo de selvajaria imposta por aqueles que se acham no direito de corromper a cidade e os bairros e os lugares em nome do seu negócio devidamente visado pela Câmara Municipal. Receitas municipais ou clientes políticos para as futuras eleições?

Claro que o silêncio, o resguardo, o respeito pelos outros, a civilidade é coisa de COPU LETI.

E mais do que claro ... garrafon di sfregon ki sta manda. Praia, a cidade das tropecidades onde tudo pode acontecer, onde o estímulo à degeneração é prática tolerada em nome da demokrança instalada, onde o poder é refém da ignorância e da inoperância.

Voz di poeta é voz di profeta: Txota ta spantadu padja runhu ta mondadu pa ka inpata lugar. KB

Poema Para os Corvos


MILHO

I


Luzentes pela cor do milho

Os arranjos da sementeira marcham

Para o único mês do calendário

Que a pequenez do grão dilata o chão.



Não inocente é a música do lavrador:

Inventa o molhado que não se tem,

Luz o rumor do pau na boca do pilão

Esverdinha o sol que lambe a terra

E dorme o pão à sombra do balaio.


II

O milho é como um pássaro

Que voa dentro de nós a renúncia

Ao seu próprio ninho.

É como um barco que de manhã aporta

E à tarde devolve-se à longa jornada.


Fosse a ilha um barco

E o milho a bússola:

Outras rotas,

Outras viagens,

E outros destinos

Teriam as nossas manhãs.

(Terra Dilecta - KB)


Bom Rir Cedo


Um pai compra um robot detector de mentiras que dá chapadas nas pessoas quando mentem. Decide testá-lo ao jantar "Filho, onde estiveste hoje?"

"Na escola pai" O robot dá uma chapada no filho.
"Ok, vi um dvd em casa do Zé!"

"Que dvd?"

"Toy Story" O robot dá outra chapada no filho.
" Ok, era porno" choraminga o filho.

"O quê? Quando tinha a tua idade não sabia o que era porno!"diz o pai. O robot dá uma chapada no pai!

A mãe ri-se "ahahaha! Ele é mesmo teu filho" O robot dá uma chapada na mãe!
(Email de um amigo)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Coisa Inédita

Aconteceu na Namíbia.
Um cão pariu um filhote humano.
Obtido de um email a mim endereçado.

O JURAMENTO

JURO PELA MINHA SANTA MÃE QUE ESTÁ NO CÉU QUE NÃO FAREI COMENTÁRIOS ACERCA DO ZONA, ARISTIDES, FILÚ, ZEMA E A UNTURAGEM.
BEIJINHOS, BEIJINHOS
NO STRESS

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

No Coments 2

No Coments

                                                                     12-09-24/20-01-73
                                                                           12-09-2011

Téra de Aberações - O Eixo do Desleixo

Eram dois eixos fundamentais que davam a cidade da Praia dos anos 60 um cunho particular, o painel do Cachito e o do Liceu Adriano Moreira, hoje, Domingos Ramos.
O jogo animado das cores, os contrastes, as omissões, os movimentos, os personagens, faziam destes paineis obras míticas da cidade. Cada um de nós, estudantes desse tempo, levávamos o outro as nossas descodificações em que a noite colonial, as desigualdades, o novo sol, a luta pela liberdade, emfim uma série de coisas presentes e o porvir da terra faziam parte do imaginário de muitos.
Trouxe para aqui este painel do Liceu Domingos Ramos, esta relíquia maltratada, para justificar a minha verdade quando digo que somos uma terra de aberrações.

Com a democrança nas escolas e nos liceus as coisas viraram de cabeça para baixo dentro dos estabelecimentos de ensino e em muitos lugares na nossa terra, inclusive, o que tem valor, desvalorizou-se,  o certo e o errado, o bem e o mal feito por gente que sabe ou por gente ignorante vem dando na mesma, enfim o passado real é preterido por um presente virtual sem sentido e sem significação nacional. Aqui neste pelado património não tem valor pátrio porque ...

Ao longe este painel parece cuidado e respeitado, mas na realidade não é. Cartazes, dísticos e cartolinas foram colados para ilustrar as palestras, dando cabo do quadro que, segundo soubemos, nenhum artista plastico aceitou a proposta de se refrescar o painel e com muita razão, ideia da direcção do Liceu. E a sala e o painel estão lá como meninos orfãos. São os eixos dos desleixos da democrança instalada para o bem ou para o mal desta Téra de Aberações. KB

domingo, 11 de setembro de 2011

Téra de Aberações - Do Milho ao Arroz


O milho da terra ainda é grão para a panela de alguma população periférica. Ora é cachupa de pobre, outras vezes é cachupa rica do abastado e vezes raras é cachupa da cidadania na mesa dos hotéis estrelados da praça. Diferente é o milho importado que é unicamente para o gado ou melhor para a ração animal. É curioso isto: caiu a bandeira da espiga do milho e com ela o antigo prato base dos crioulos. Subiu a nova bandeira e com ela o arroz, actual panela base dos crioulos.

                Saibam, com este apontamento, que as duas empresas que importam e comercializam o arroz nesta praça só mandam vir arroz da primeira qualidade ou seja Arroz Grade B - de 0 a 5% Brocken - e o arroz perfumado cujo preço nos supermercados varia entre 97$ a 160$ o quilo. O caboverdiano não aceita e nem curte o arroz que é consumido no Senegal ou na Guiné-bissau cuja qualidade varia entre 25 a 100% brocken de preço a quilo muito mais barato. Há bem poucos dias uma das empresas desta praça reexportou para um país africano próximo de nós, 4 850 toneladas de arroz de primeira qualidade, algo denunciador da boa vida que o crioulo leva na sua terrinha. Não sei o que os outros acham do facto de 194 mil sacos de arroz de primeira qualidade - Viet e American Rice - terem sido rejeitados pelos crioulos, indo parar a um outro mercado africano.

Estou convencido de que nesta terra não existe o tal pobre propalado por certa gente partidária, coisa que acaba por induzir as pessoas de menos posse a serem mais pobres do que na verdade o são, gerando oportunismos de várias categorias. É o mesmo pobre a dizer que o arroz quebrado é para o Mandjako e que o inteiro ou seja o arroz de primeira é para a sua mesa seja qual for o preço.
É de se dizer que esta é uma terra de aberrações. Pobri kontenti é sima santxo na mandiokal. KB


sábado, 10 de setembro de 2011

Téra de Aberações - Verron

Wikipédia diz:

O arquipélago de Cabo Verde está localizado na zona sub-saheliana, com um clima árido ou semi-árido. O oceano e os ventos alíseos moderam a temperatura. A média anual raramente é superior a 25 °C e não desce abaixo dos 20 °C. A temperatura da água do mar varia entre 21 °C em Fevereiro e 25 °C em Setembro.

As estações do ano são fundamentalmente duas: as-águas e as-secas ou tempo das brisas.

A estação chuvosa, de Agosto a Outubro, é muito irregular e geralmente com fraca pluviosidade, em especial nas ilhas de São Vicente e Sal, onde tem havido vários anos seguidos sem chuva. As ilhas mais acidentadas, como Santo Antão, Santiago e Fogo, beneficiam de maior pluviosidade.

A estação mais seca, de Dezembro a Julho, é caracterizada por ventos constantes. A chamada bruma seca, trazida pelo vento harmatão das areias do Saara, chega a provocar a interrupção dos serviços nos aeroportos. (Wikipédia).

Estranha-me muito o facto de as entidades oficiais, as escolas e a comunicação social que costumo apelidar de complicação social, aceitarem impingir-nos a radiosa ideia de que em Cabo Verde existe o verão, ficando de fora as outras estações do ano, como se o tempo quente e húmido de Agosto e Setembro significasse o badalado Verron. Veja-se os horários de verão, festas de verão, discos de verão e outras verronicidades que mais não significam senão drageias alienantes que acabam por embrutecer em vez de esclarecer.


De notar que os passeios de verron em São Francisco matam meninos todos os anos levados pelos seus professores ou seus pais, que o mar de verron em Quebra Canela faz o mesmo todos os anos justamente por se apelidar o período das águas, em que o mar muda de têmpera, de verão, estação das praias, que, no nosso caso, com as cheias tornam-se em areais depósito de lixo e merdas deitadas nas ribeiras.

É li ki si ta bira ka si – já o tinha cantado em Txon di massapé. KB

RAPIZIUS

                                                                                                         MINHAS AMIZADES COM DIAHO ...